A circulação de veículos pesados pelas estradas com pedágio apresentou crescimento de 0,10% em maio no País na comparação com abril, já descontados os efeitos sazonais. Com essa ligeira expansão, os pesados, diretamente associados à produção industrial, asseguraram o mesmo avanço para o Índice ABCR de Atividade (0,10%), calculado pela Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) e pela Tendências Consultoria Integrada, já que o fluxo de veículos leves caiu 0,40% na mesma comparação.

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A economista Ana Carla Abrão Costa, da Tendências, reitera que o movimento de veículos nas rodovias está diretamente ligado à atividade econômica. "O fluxo de veículos pesados tem alta correlação com a produção industrial e agrícola. Se o nível de produção na indústria ou no campo varia positiva ou negativamente, a conseqüência é logo percebida nas estradas, com o aumento ou a diminuição do tráfego de caminhões", explica, acrescentando que o fluxo de veículos leves tem relação com o fator renda. "A lógica é semelhante. Maior ou menor movimento de automóveis é sinal de crescimento, queda ou mesmo estabilidade do nível.

O avanço da circulação dos veículos pesados em maio, bem como do índice pleno dessazonalizado, ganha um certo peso porque, em abril, conforme divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na última quinta-feira a produção industrial caiu 0,10%. Ou seja, se o desempenho da atividade fabril de maio dependesse única e exclusivamente deste indicador antecedente, cresceria exatamente a mesma medida que perdeu no mês anterior.

Para efeito de registro, em abril, o fluxo de veículos nas rodovias concedidas recuou 0,80% em relação a março, já considerando ajustes sazonais, conseqüência da queda de 0,90% no fluxo de veículos leves e de 0,80% no movimento de veículos pesados. Este movimento confirmou a aderência do índice ao comportamento da atividade industrial, que no mesmo mês fechou em queda.

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Acomodação

No geral, de acordo com Carla, os dados de maio mostram que houve uma acomodação dos números, na comparação com o mês anterior. "Esse movimento de acomodação é comum depois de meses de crescimento e está alinhado com o que outros indicadores vêm mostrando", diz ela.

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Para a economista, quando se analisa um período maior, verifica-se que o resultado de maio não significa uma reversão de crescimento, uma vez que há uma tendência positiva no índice, especialmente quando comparado com o mesmo mês do ano anterior.

Em relação a maio do ano passado, o índice subiu 5,10%. Nesta mesma base de comparação, o fluxo de veículos leves cresceu 5 20% e o de pesados, 4,80%. Nos últimos doze meses até maio, o fluxo total de veículos subiu 2,90%. Nessa mesma base de comparação, o fluxo de leves cresceu 3,10% e o de pesados, 2 40%.