Floresta como alternativa econômica

Pequenos e médios produtores rurais da Região Metropolitana de Curitiba e de alguns municípios do interior poderão atuar num novo ramo de atividade, com o lançamento, hoje, do programa de cultivo florestal desenvolvido pela empresa Berneck Aglomerados em parceria com a Emater/PR. Como incentivo, receberão mudas a preço subsidiado, assistência técnica e suporte para capacitação de mão-de-obra.

Segundo o coordenador do programa, Denis Oliva Pioto, Engenheiro Florestal da Berneck, a madeira é o segundo PIB da Região Metropolitana de Curitiba e do litoral, sendo superada apenas pela cultura da soja. “O programa é uma oportunidade para que produtores rurais possam ampliar suas atividades em um setor de lucratividade garantida. O plantio florestal além de diversificar a propriedade, ocupando áreas ociosas, é uma “poupança verde” segura para o produtor, afirma.

Podem participar do programa pequenos e médios produtores rurais com propriedades de no máximo 100 hectares. A área para o cultivo florestal não pode ultrapassar os 20 hectares por produtor/ano. Haverá ainda prioridade de utilização de mão-de-obra familiar. “O projeto também permite a permanência de jovens no meio rural, atraídos pela perspectiva de renda futura e aumento na competitividade do agronegócio”.

Quem aderir ao projeto poderá adquirir mudas a preço subsidiado e receberá insumos (isca formicida) da Berneck para o projeto. “Em contrapartida, os produtores terão o compromisso de priorizar a empresa no momento da venda da madeira, a preço de mercado”, explica Pioto. A Emater será responsável pela seleção dos interessados, pela assistência técnica e pelas orientações sobre a legislação ambiental.

Para os produtores rurais e interessados em reflorestar suas propriedades, mas que não se enquadram nos requisitos citados, a Berneck terá no seu Programa de Parceria Florestal a modalidade de Arrendamento Florestal, em que as atividades são todas de responsabilidade da empresa e o proprietário recebe parte da produção, nas épocas de corte.

A indicação é adotar o plantio do Pinus, apropriado para a atividade madeireira, em áreas que não invadam os limites definidos pelas leis ambientais. “Com a nova atividade, a exploração de madeiras de espécies nativas deve diminuir”, diz o coordenador.

Segundo dados da Berneck, a rentabilidade do cultivo florestal depende da manutenção e do manejo adequado, mas em média o produtor já obtém receita de R$ 4 mil por hectare no primeiro desbaste, que acontece entre o oitavo e o décimo ano. No segundo desbaste, entre o 14.º ao 16.º ano, o valor sobe para R$ 7 mil por hectare. O maior retorno do investimento acontece após 20 anos, quando é feito o corte final. “As árvores mais grossas agregam maior valor comercial. Neste nível, a rentabilidade do produtor é de R$ 40 mil por hectare”, resume.

Inicialmente o foco do programa serão áreas rurais dos municípios da Lapa, Araucária, Contenda e Quitandinha e, em um segundo momento, ampliado para outros municípios.

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