Financiamentos da CEF para saneamento e habitação emperraram

Os financiamentos da Caixa Econômica Federal para saneamento e habitação com recursos do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) permaneceram emperrados no primeiro trimestre deste ano. Anunciada com alarde pelo banco e pelo próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva no final de 2003, a meta para o total de crédito liberado neste ano para os dois setores é de R$ 11 bilhões, contra R$ 6,6 bilhões no passado.

Na época do anúncio, o governo ressaltou o potencial das linhas de crédito para a geração de emprego e a melhoria da qualidade de vida para a população, que teria mais facilidade para adquirir a casa própria ou ter água e esgoto garantidos.

No entanto, transcorridos os três primeiros meses de 2004 os resultados apresentados pela Caixa são até um pouco inferiores aos obtidos no mesmo período do ano passado.

Para a área de habitação, o governo pretende destinar R$ 8 bilhões neste ano. Desse total, R$ 7,3 bilhões entram no balanço da Caixa. Porém, no primeiro trimestre, apenas R$ 918 milhões, ou 12,58% do total, foram liberados. No mesmo período de 2003 o crédito repassado havia alcançado 970 milhões.

Já os recursos para saneamento devem, segundo projeções do governo, somar R$ 3 bilhões em 2004, sendo que R$ 2,352 bilhões entram no balanço da Caixa. Desse total, apenas R$ 29 milhões, ou 1,23%, foram repassados no trimestre.

Desaquecimento

O presidente do banco, Jorge Mattoso, explicou o resultado ruim com a queda da renda de 20% acumulada no período 2000-2003 e com o desaquecimento sazonal da economia nos primeiros trimestres de cada ano.

Segundo ele, até o final de maio o banco deve liberar outros R$ 1,8 bilhão para saneamento e pelo menos R$ 1 bilhão para habitação em empréstimos que já foram aprovados.

A Caixa, que espera um crescimento da economia brasileira de 3,5% neste ano, também manteve a meta de aumentar o volume total de crédito concedido em 50%, passando de R$ 20 bilhões em 2003 para R$ 30 bilhões em 2004.

Classe média

As agências da Caixa começam na próxima segunda-feira a oferecer cinco novas linhas de crédito voltadas para a construção e a reforma de imóveis pela classe média.

Com juros que variam entre 13% e 18% ao ano, acrescidos de TR (Taxa Referencial, hoje em 6,17%), as linhas de crédito dispõem de R$ 1,2 bilhão neste ano, permitem a utilização do FGTS e aceitam também tomadores que já possuem imóvel próprio e desejam adquirir outro.

Lucro

A Caixa teve lucro líquido de R$ 404 milhões no primeiro trimestre deste ano, resultado 17,61% maior que o verificado no mesmo período de 2003 (R$ 344 milhões).

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