Fim de governo com mais cinco protocolos

O governador Jaime Lerner realizou ontem, às 15h, no Palácio Iguaçu, um dos últimos atos de sua administração. Ele assinou mais cinco protocolos de intenção para novos investimentos industriais no Paraná e confirmou a implantação da fábrica de motores Perkins do Brasil, que comprou as instalações da Detroit Diesel e vai se instalar no mesmo local onde funcionava a empresa americana, na Cidade Industrial de Curitiba.

Juntas, a Perkins do Brasil, a Alltech do Brasil, a Metallo, a Basemetal, a Italflor e a VRI Indústria Eletrônica vão investir R$ 82 milhões e criarão 1.444 empregos diretos. O interior é o grande beneficiado. Londrina, Cambé, Ponta Grossa e Campo Mourão terão 1.327 novas vagas de emprego. Os demais 117 novos postos de trabalho ficarão em Araucária e Curitiba. Estes municípios receberão R$ 69,5 milhões em investimentos -85% do total a ser anunciado.

“Assino esses protocolos neste fim de mandato com a alegria e com a tranqüilidade de quem honrou seus compromissos”, disse o governador ao fazer um breve balanço de sua administração. “Deixo como maior legado não só as grandes transformações ocorridas no Estado, como a industrialização do Estado e a geração de empregos, mas a certeza da independência econômica de um Estado que antes expulsava trabalhadores e que se transformou numa das grandes locomotivas do país”.

“O Paraná mudou muito”, destacou ainda Lerner. “É fácil pavimentar uma rua que todos vêem. O difícil é transformar todo um Estado. Isso tenho a certeza que fiz”. Agradecido a toda população paranaenses, Lerner afirmou que entrega o Estado em melhores condições do que quando assumiu em 1995. “Agora, torço para que o próximo governo faça o mesmo”.

Em nome dos prefeitos presentes, José do Carmo Garcia, de Cambé, disse que Jaime Lerner deixa o governo do Paraná dando um exemplo ao país. “É um homem que governou com os olhos de quem vê o futuro”.

Protocolos

Com os seis novos empreendimentos garantidos na solenidade de ontem, chega a 271 o número de empresas que em oito anos firmaram protocolos com o Governo para investimentos no Paraná. Elas se habilitaram a reaplicar os recursos do ICMS na própria atividade, por até 48 meses, recolhendo o imposto ao final deste período, com correção monetária.

Em oito anos, o ICMS postergado formou uma poupança de R$ 1 bilhão. Os recursos já começaram a entrar nos cofres públicos e garantirão receita adicional para ampliar a capacidade de investimento do Estado em atendimento à população.

No total, cerca de 600 empresas se instalaram no Paraná, entre 1995 e 2002. O volume de investimentos chega a R$ 30 bilhões. Foram gerados no Estado 700 mil empregos diretos e indiretos – a maior parte deles no interior.

Todos os dados econômicos indicam que o Paraná passou por uma grande expansão qualitativa, com elevação da sua capacidade competitiva. A economia paranaense chegou à posição de quarta mais competitiva do país. “Vivemos uma fase de economia pós-industrial”, afirma o secretário da Fazenda, Ingo Hübert.

De 1994 a 2001, o PIB do Paraná passou de R$ 59 bilhões para R$ 78 bilhões. O crescimento real foi de 32% -bem mais que a evolução do PIB brasileiro – que foi de 18%. O PIB per capita do Paraná subiu 29% – passando de R$ 6.743,00 para R$ 8.115,00.

O saldo na balança comercial do Paraná de janeiro a novembro deste ano chegou a US$ 2,2 bilhões, resultado quase seis vezes superior ao obtido em todo ano de 2001 -que foi de US$ 388 milhões. As vendas externas de janeiro a novembro garantiram ao Paraná divisas de US$ 5,3 bilhões – 7,8% a mais que no mesmo período do ano passado. As importações do Estado fecharam em US$ 3 bilhões.

Entre 1994 a 2001 a participação dos serviços na composição do Produto Interno Bruto (PIB) do Paraná passou de 42% para 45%, superando a participação do setor industrial (que passou de 46% para 42%). A participação do setor agropecuário na formação do PIB aumentou de 12% para 13%.

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