Filas para o FGTS vão continuar

Brasília

(AE) – As filas intermináveis, os problemas de rede e o congestionamento no site de acesso da Caixa Econômica Federal (CEF) só irão ser superados no fim de agosto. A previsão foi feita ontem pelo diretor de Transferência de Benefícios da Caixa, José Renato Corrêa de Lima. “Fizemos um investimento imenso e contamos com toda uma rede alternativa, além das nossas duas mil agências, mas é impossível atender a todos ao mesmo tempo”, afirmou.

Segundo ele, nos horários de maior movimento, que inclui o expediente bancário, a instituição está registrando uma média de três mil tentativas de acesso por segundo no seu site, a grande maioria por conta do pagamento do crédito complementar do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Esse volume representa 98% da capacidade da Central de Processamento de Dados (CPD) da Caixa.

Corrêa de Lima disse que a procura é concentrada neste mês, já que o pagamento é dirigido para quem até R$ 1 mil a receber. “É a grande maioria da população”, disse. Para evitar tumultos, o diretor da Caixa pede calma à população. “Todos que assinaram o termo de adesão podem ficar tranquilos que o dinheiro já foi creditado na conta vinculada”, garantiu.

Corrêa de Lima pede para aqueles que não têm direito ao saque imediato – ou seja, não foram demitidos dos empregos que tinham em janeiro de 1989 e abril de 1990, época dos planos Verão e Collor, objeto do pagamento de correção monetária – que deixem para procurar a Caixa mais tarde.

O pedido também vale para quem não tem conta inativa (sem movimentação de depósitos) nem se aposentou. É que esses trabalhadores não poderão ter o dinheiro vivo, mas apenas o crédito correspondente ao expurgo na própria conta de FGTS.

Pelos dados da Caixa, a liberação do dinheiro já atingiu o pico de 700 mil pagamentos por dia e os termos de adesão, desde o início do crédito em 11 de junho, não param de chegar. Hoje já são mais 5 milhões de adesões, além dos 17 milhões que a Caixa já tinha computado no mês passado. Pelos dados da Caixa, já foram creditados na conta corrente indicada pelos trabalhadores R$ 1,21 bilhão até 5 de julho. Mais R$ 240 milhões foram pagos na boca do caixa e R$ 9,5 milhões, liberados mediante convênio com as empresas.

Corrêa de Lima admitiu que ainda falta muito a ser feito. Pelo levantamento inicial da Caixa, 5,4 milhões de trabalhadores, detentores de 16.264.989 contas de FGTS, tinham optado pelo depósito do crédito complementar em conta corrente. Nessa transferência de recursos existe uma limitação do próprio Sistema de Pagamentos Brasileiro, que só comporta 400 mil ordens por dia. A Caixa vem usando 350 mil para fazer esse crédito complementar.

Ontem começou o pagamento, na boca do caixa, para os trabalhadores nascidos nos meses de julho, agosto e setembro e que têm até R$ 1 mil a receber. No dia 17, será a vez dos trabalhadores nascidos no último trimestre do ano.

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