Figueiredo: se deixarem nova equipe trabalhar, ajuste necessário será feito

O ex-diretor do Banco Central e sócio-fundador da gestora Mauá Sekular, Luiz Fernando Figueiredo, afirmou em palestra esta semana que o País “avançou até onde não podia”, mas avalia que, se “deixarem (a nova equipe da área econômica) trabalhar”, ela fará o “ajuste necessário”.

Figueiredo citou o novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, o novo ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. “A gente chegou num ponto em que se continuasse, o País perdia a classificação de ‘investment grade’. A gente avançou até onde não podia”, afirmou durante o Demo Day, evento anual da 21212 Digital Accelerator, aceleradora de empresas digitais.

Figueiredo ressaltou a necessidade do ajuste fiscal. “Se a gente continuar vai chegar no precipício, por isso, o ajuste tem que ser feito, pelas contas públicas”. Na visão do ex-diretor do BC, a partir de 2016 e 2017 já será possível crescer, entrando num “novo ciclo”.

Mudança histórica

Ele disse também que o Brasil vive um cenário complicado, diante das denúncias de corrupção e dificuldades macroeconômicas. No entanto, vê uma “mudança histórica” em curso, com o fortalecimento das instituições brasileiras. Figueiredo citou a operação Lava Jato, que investiga esquema de corrupção na Petrobras.

“Por um lado, tem que ficar chateado com o que está acontecendo, tem que cobrar para que as coisas aconteçam, mas os rumos estão mudando, e não na economia, que vai se ajustar, mas na maneira que as pessoas fazem negócios no Brasil”, afirmou.

Na visão dele, “pela primeira vez em muito tempo esse tipo de conduta, a impunidade, está chegando ao fim ou será severamente machucada”. “Eu estou super animado. Não com o curto prazo, porque vai limpar o machucado e vai doer, mas as nossas instituições estão sendo restabelecidas”.

De acordo com o ex-diretor do BC, haverá em um primeiro momento uma queda nos investimentos, mas quando se “restabelecerem será de outra dimensão e forma”. A produtividade também irá melhorar, defendeu. “As nossas instituições, daqui alguns anos, vão estar muito mais fortes do que estão hoje”.

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