FGV: produtos agropecuários puxaram prévia do IGP-M

As quedas menos intensas e as acelerações de preços no setor agropecuário puxaram a leve aceleração da segunda prévia do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de novembro. A inflação medida pelo indicador passou de 0,04% na segunda prévia de outubro para 0,09% na de novembro, informou hoje a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O coordenador de Análises Econômicas da instituição, Salomão Quadros, explicou que vários preços de matérias-primas brutas estão acelerando, mas os aumentos não são generalizados. “Temos produtos importantes que estão subindo ou caindo menos de preço, mas também temos matérias-primas brutas que estão em deflação”, comentou. “O que ocorre é que os aumentos de preços, ou as quedas menos intensas, estão concentradas em apenas alguns produtos.”

Entre os itens que contribuíram para a taxa maior da segunda prévia de novembro, estão a soja, cuja deflação passou de 2,51% para 0,12%, e o milho em grão, cuja inflação subiu de 0,26% para 5,15%. Também foi registrado o fim da queda de preços nos alimentos in natura (de deflação de 7,28% na prévia de outubro para inflação de 5,15% na prévia de novembro).

Por outro lado, alguns produtos ajudaram a segurar a inflação registrada pelo índice. É o caso do retorno à deflação nos preços de bovinos (de alta de 0,44% para queda de 1,20%) e de alimentos processados (de alta de 2,47% para queda de 1,02%), no mesmo período.

Novembro

Na avaliação de Salomão Quadros, o IGP-M deve registrar taxa positiva em novembro, mas de pequena magnitude. O especialista preferiu não especular se a taxa completa do IGP-M deste mês ficará acima ou abaixo da apurada para o índice no mês passado, quando subiu 0,10%, mas afirmou que o desempenho fechado do indicador neste mês deve ser um número baixo.

Quanto ao desempenho acumulado do índice, que em 12 meses registra deflação de 1,61%, o técnico comentou que, mais uma vez, a taxa mostra que o IGP-M deve fechar 2009 em deflação pela primeira vez em sua história, iniciada em 1989.