A menor pressão da inflação das matérias-primas (commodities) no atacado levou à taxa menor da primeira prévia do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de janeiro, que subiu 0,42%, após avançar 0,83% em dezembro. A informação é do coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros. De acordo com ele, os preços das matérias-primas agropecuárias atacadistas estão ainda em patamar elevado, mas não estão subindo tanto quanto em divulgações anteriores dos Índices Gerais de Preços (IGPs).

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Entre os exemplos citados pelo economista de produtos que estão subindo menos no atacado, ou até em queda, estão bovinos (de 0,90% para -2,12%) e soja em grãos (de 1,96% para 1,47%). “Esta desaceleração de preços já era meio esperada pelo mercado” disse, comentando que os preços das commodities oscilam muito.

O bom comportamento nos preços das commodities não se restringiu apenas ao setor agropecuário. O setor industrial também contou com fortes desacelerações de preços, de acordo com o especialista. Entre os destaques está o comportamento de materiais para manufatura, que são os fornecedores de insumos para a indústria e cuja variação de preços recuou de 1,97% para 0,34%. “O câmbio, que normalmente afeta bastante este segmento, teve muito pouco a ver com esta desaceleração. Mais uma vez a desaceleração nos preços das commodities lá fora influenciou o resultado. É como se os preços (das commodities) tivessem entrado em uma espécie de compasso de espera”, afirmou.

O cenário de inflação mais fraca nos preços agropecuários atacadistas ajudou a conter o avanço de preços dos alimentos no varejo. Quadros informou que a desaceleração de preços no grupo alimentação, da primeira prévia de dezembro para igual prévia em janeiro (de 1,43% para 0,64%) foi causada principalmente por repasses de quedas e desacelerações de preços originadas no atacado.

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