FGV: água e esgoto impulsionam IPC-S em SP

O impacto do aumento mais intenso na taxa de água e esgoto residencial (de 3,43% para 3,70%) impulsionou o avanço da inflação varejista em São Paulo, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S), entre a primeira e a segunda semana de outubro (de 0,98% para 1,01%). A avaliação é do economista André Braz, da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Além disso, a inflação dos alimentos continuou em alta na capital paulista e também acelerou no período (de 2,02% para 2,10%).

Entre a primeira e a segunda prévia de outubro, a capital paulista contou com vários exemplos de alimentos com inflação mais intensa. O grande destaque foi a aceleração de preços em feijão carioca (de 16,08% para 33,54%), que também está em alta no atacado, por conta de uma redução de oferta no mercado doméstico causada por quebra de safra. Outros exemplos são laticínios (de 1,71% para 2,12%), leite longa vida (2,27% para 2,65%) e carne bovina (de 4,33% para 4,58%).

O especialista comentou, no entanto, que a inflação mais pressionada no varejo na capital paulista não deve durar. Isso porque o impacto do reajuste da taxa de água na inflação já chegou ao auge, ao fim da segunda quadrissemana de outubro. Ou seja: a tendência é de que o aumento da taxa seja menos intenso nas próximas apurações do IPC-S em São Paulo.

Além disso, o economista informou que, na margem, algumas capitais já mostram os preços dos alimentos subindo menos. Isso pode se repetir em São Paulo e ajudar a conter o IPC-S na capital paulista – o que seria uma boa contribuição para reduzir a taxa do índice total, visto que São Paulo representa quase 50% do total do indicador. “Creio que, nas próximas apurações, o IPC-S na capital paulista pode subir menos, por conta do menor impacto da taxa de água e esgoto e de uma possível desaceleração no avanço dos preços dos alimentos”, resumiu Braz.

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