Ferroeste anuncia sua expansão

Chegar a Paranaguá, Santa Catarina e ao Mato Grosso do Sul. Este é o plano da Estrada de Ferro Paraná Oeste S.A. (Ferroeste), que apresentou o seu projeto de expansão. Hoje, a empresa de economia mista, vinculada ao governo do Paraná, tem 248 quilômetros de trilhos entre Cascavel e Guarapuava.

A meta é alcançar mais de 1,2 mil quilômetros de estrada de ferro. “Queremos estar deitando os trilhos dentro de um ano a um ano e meio. A nossa intenção é uma integração regional”, comenta Samuel Gomes, diretor-presidente da Ferroeste.

São três módulos previstos para a expansão: Guarapuava a Paranaguá (360 km); região sudoeste do Paraná à região oeste de Santa Catarina – Chapecó (300 km); e Cascavel – passando por Guaíra – até Maracaju, no Mato Grosso do Sul (420 km).

O contrato de concessão da Ferroeste vai até Dourados, também em Mato Grosso do Sul, mas a distância entre esta cidade e Maracaju já foi incluída informalmente no contrato. Segundo Gomes, a situação deve ser confirmada em breve.

A prioridade é a construção até Paranaguá, pois, com a ligação, será possível otimizar a capacidade de transporte da Ferroeste. Mas isto não significa que as outras obras vão começar apenas quando o trecho entre Guarapuava e o litoral do Estado estiver pronta, de acordo com Gomes.

As obras para a Ferroeste têm a chancela do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). No entanto, não vão receber recursos do governo federal. A intenção é fomentar a expansão com Parcerias Público-Privadas, com a administração da própria Ferroeste. O custo para as obras chega a R$ 3 bilhões.

“Um estudo mostra que poderão ser transportadas 6 milhões de toneladas ao ano em apenas um dos módulos. Paga-se a rodovia em 20 anos, com financiamento e sem dinheiro público. No conjunto de ramais da Ferroeste, o volume seria de 15 a 20 milhões de toneladas ao ano”, afirma Gomes.

O diretor explica que as construções serão coordenadas pelo Exército brasileiro, que ficará responsável diretamente pelas obras em alguns trechos. Em outras partes, o Exército vai supervisionar.  “Hoje, são oito dias para ir de Cascavel a Paranaguá e depois voltar. Com a linha nova, vai baixar para um dia. Isto vai reduzir muito o custo”, assegura Gomes.

Paralelamente, a Ferroeste trabalha em um projeto de integração na América do Sul, com a consolidação de um trajeto de 2,7 mil quilômetros de extensão entre o litoral do Paraná e os portos do Chile.

Coordenação

“Destes, 2,2 mil quilômetros já existem. Faltaria construir o trecho entre Foz do Iguaçu e Cascavel, de 170 quilômetros, e a parte cruzando o sudeste do Paraguai em direção à Argentina. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) vai ajudar o Paraguai nisso. Isto vai permitir um maior comércio internacional e aumentará a área de influência dos portos do Sul do Brasil”, explica Samuel Gomes.