Férias coletivas nas montadoras

Com as férias coletivas programadas pelas montadoras paranaenses, cerca de 8 mil veículos deixarão de ser produzidos no Estado entre dezembro e janeiro. Volkwsagen/Audi, Renault/Nissan e Volvo já confirmaram as datas de parada na produção. A Case New Holland (CNH), fabricante de tratores e colheitadeiras, é a única que ainda não definiu se dará folga aos empregados, no aguardo de definições sobre os financiamentos do Moderfrota. O programa do governo federal alavancou o segmento de máquinas agrícolas nesse ano, mas agora os recursos estão escassos.

Em assembléia realizada anteontem, os trabalhadores da Volkswagen/Audi aprovaram folga de duas semanas, entre os dias 23 e 5 de janeiro, retornando ao trabalho no dia 6 do próximo mês. Dos trinta dias anuais de férias, os empregados gozaram dez em novembro, quando a empresa paralisou a produção para preparar a linha de montagem para a fabricação do novo carro da família Polo, que começa a ser feito no ano que vem. Os dez dias de férias a que os 2,6 mil trabalhadores ainda teriam direito foram convertidos em abonos salariais.

Até outubro, a fábrica produziu 81 mil automóveis Golf, Audi A3 e Saveiro, com média de 435 veículos por dia. “Acredito que a meta de 94 mil carros será superada”, disse o coordenador da comissão de fábrica, Jamil D?Ávila. No ano passado, a produção foi de 98.360 veículos.

Na Renault, as férias dos 2.773 colaboradores serão escalonadas. Parte dos empregados da produção sairá no dia 9, outra parte no dia 16 e o restante dos funcionários (inclusive da administração) pára de trabalhar no dia 23. Todos retornam no dia 7 de janeiro. A montadora francesa prevê encerrar o ano com 65 mil automóveis produzidos, ante 69 mil no ano passado e bem abaixo da previsão inicial de 85 mil. A cadência diária das plantas de veículos de passeio e utilitários (em parceria com a Nissan) é de 275 unidades.

A Volvo concederá férias a quase todos os 1,1 mil empregados da produção e 400 funcionários administrativos, no período de 26 de dezembro a 6 de janeiro. “Só ficam alguns trabalhadores das áreas financeira e contábil, para o cumprimento de obrigações legais com clientes e distribuidores”, explica o gerente de RH Edmar Gualberto. Os trabalhadores também terão folgas nos dias 23 e 24 de dezembro, já compensadas durante o ano com redução do intervalo de refeição. Produzindo 21 caminhões e quatro ônibus por dia, pela primeira vez em 25 anos de empresa, a Volvo assumiu em 2002 a liderança do mercado de caminhões pesados do Brasil. As 11.499 unidades comercializadas representam 31,4% de market share.

Exceção

Com o aquecimento das vendas, a CNH não programou férias coletivas para esse ano. Uma eventual paralisação na produção dependerá de definições do governo federal sobre a continuidade do Moderfrota. No período de janeiro a outubro, a venda de tratores cresceu 22,8% e a de colheitadeiras aumentou 55,8% sobre o mesmo período de 2001, totalizando 9.987 unidades. Em todo o ano passado, foram vendidas 9.356 máquinas agrícolas. Há três meses, a empresa abriu 320 empregos temporários para adaptar a produção à demanda do mercado. Hoje conta com 1.255 funcionários.

Audi vai atingir metas de 2002

A Audi do Brasil espera atingir a meta de 11 mil carros vendidos neste ano. “Estamos perto”, disse ontem, em Curitiba, o Diretor de Vendas da Audi Senna, Jaroslav Sussland. Ele veio a Curitiba para participar da inauguração, realizada ontem à noite, de mais uma revenda da marca, a Munich, concessionária Audi resultado do investimento dos empresários Hans Voswinckel e Rodrigo Barrozo, localizada na Avenida Mário Tourinho. São 3 mil metros quadrados de área construída, dos quais 1.200 metros são destinados à assistência técnica, outros mil metros quadrados para show room e oitocentos metros quadrados para área administrativa.

Se este ano, mesmo atingindo a meta, a Audi terá uma queda de até 10% de participação nas vendas, a expectativa para o ano que vem é um pouco mais otimista. Segundo Jaroslav, a marca espera um aumento de pelo menos 10% nas vendas. “2003 será um ano atípico, com novo governo, sem mudanças, mas esperamos recuperar o que estamos perdendo este ano, principalmente tirando de outras concorrentes porque a Economia não deve crescer”, diz ele. O otimismo está guardado para o ano seguinte, 2004, quando o empresário acredita que a Economia deve ter um impulso.

O Paraná é o Estado onde a Audi obtém os melhores resultados das vendas. “Talvez porque a fábrica fica aqui, em São José dos Pinhais”, lembra Jaroslav. O Estado tem 12% de participação nas vendas totais da marca.

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