O presidente da Frente Brasileira pelos Poupadores (Febrapo), Estevan Pegoraro, afirmou nesta terça-feira, 12, durante coletiva de imprensa, que a expectativa é de que o acordo sobre pagamentos das perdas da caderneta de poupança contemple alto entre 2 milhões e 2,5 milhões de poupadores.

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Ele alertou ainda que ninguém terá que desistir de ação. “A ação será extinta após o acordo”, afirmou. Estevan Pegoraro explicou ainda que bancos que adquiriram outras instituições financeiras ficarão responsáveis pelos pagamentos aos poupadores. Isso vale para contas de poupança ativas no momento da aquisição.

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Já os bancos que sofreram liquidação judicial ou de bancos que entraram no Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (Proer) não são contemplados pelo acordo. Estevan afirmou ainda que os honorários advocatícios, de 10%, serão pagos pelos bancos.

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O advogado Walter Moura, que participou das negociações em nome do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), lembrou que o número total do acordo – que não foi divulgado nem estimado por nenhuma das entidades envolvidas – foi usado como argumento de disputa judicial ao longo dos anos. “Mas passamos a negociação do acordo sem falar no impacto total”, afirmou. “Os bancos apresentaram o argumento de que os dados sobre impacto estão protegidos por sigilo”, acrescentou.

De acordo com Moura, o Idec vai disponibilizar em seu site, ainda em dezembro, uma ferramenta em que o poupador poderá calcular quanto tem a receber.

A presidente do Idec, Marilena Lazzarini, também presente à coletiva, afirmou que o acordo “é o possível que se pode obter, diante das controvérsias”.

Os representantes de poupadores e bancos chegaram a um consenso sobre o pagamento de perdas ocorridas na caderneta de poupança em função dos planos econômicos das décadas de 1980 e 1990. O acordo foi assinado entre as partes e a AGU. Agora, o acordo depende da homologação do Supremo Tribunal Federal (STF) para começar a valer.