Febraban apresenta novo sistema de débito direto

A implantação do sistema de débito direto autorizado (DDA), por meio do qual os bancos pretendem substituir os boletos bancários enviados pelo correio por cobranças eletrônicas, deve reduzir pela metade a impressão de documentos em um prazo de três anos. A expectativa é da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que apresentou hoje a inovação, prevista para entrar em operação no dia 19 de outubro deste ano, no congresso de automação bancária CIAB.

Estima-se que atualmente sejam emitidos 2 bilhões de boletos de cobrança por ano, com um valor médio de R$ 1 mil cada. O DDA estará disponível para faturas como mensalidades escolares, planos de saúde, condomínios e financiamentos. As cobranças de concessionárias de serviços públicos não entram no sistema nesta primeira fase.

Segundo o coordenador do projeto DDA na Febraban, Leonardo Ribeiro, a adesão ao sistema será uma opção de cada cliente, e não do banco ou do cobrador. O otimismo da Febraban em relação ao serviço se justifica pela conveniência, afirma Ribeiro.

Caso opte pelo DDA, em vez de receber as cobranças pelo correio, o cliente terá acesso às contas a pagar emitidas por qualquer banco na tela do seu internet banking, caixa eletrônico ou pelo atendimento telefônico. “Com uma base de 170 mil caixas eletrônicos e 32 milhões de contas acessadas pela internet, existe um potencial grande para o sistema”, destaca Ribeiro.

A opção de pagar ou não a fatura também é do cliente, e nada muda na relação com o banco caso o pagamento não seja efetuado, assim como já acontece na cobrança tradicional pelo correio, esclarece. Ribeiro afirma que os bancos poderão cobrar pela facilidade, mas a estratégia ficará a cargo de cada instituição.

O coordenador da Febraban ressalta a economia com os custos postais e de impressão com a adoção do DDA, embora não haja uma estimativa de valores. “A redução de custos beneficiará principalmente o cobrador da fatura, responsável pela impressão de 60% dos boletos emitidos”, avalia.

Outro benefício para quem recebe via DDA é a redução no ciclo de cobrança. Supondo que o cliente pague a fatura assim que a recebe, o tempo entre a emissão do documento e a liquidação leva, em média, sete dias, enquanto com o DDA esse prazo cai para dois dias, de acordo com a Febraban. Existe ainda um ganho ambiental: o boleto eletrônico pode evitar o uso anual de 1 bilhão de litros de água e a emissão de dióxido de carbono na impressão das faturas.

A adoção do DDA também tende a reduzir as cobranças indevidas ou não solicitadas recebidas pelos clientes, segundo Ribeiro. Isso porque, ao contrário do modelo tradicional, os cobradores terão de registrar os pedidos nos bancos, o que torna esse tipo de procedimento mais difícil, considera.

A partir da próxima segunda-feira, os bancos estão autorizados a divulgar o sistema entre os clientes e fazer uma espécie de “pré-cadastramento” de interessados, segundo o coordenador do projeto. Instituições financeiras responsáveis pela emissão de 99% dos boletos emitidos no País já estão em fase de testes com a Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP), responsável pelo DDA.

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