O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, informou hoje que o governo estuda formas de reduzir a indexação da economia. Segundo ele, o governo identificou “preços persistentes” e, por isso, avalia uma maneira de reduzi-los de forma suave. Holland afirmou ainda que a maior indexação se dá principalmente no setor de serviços.

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Ele citou como exemplo os preços dos aluguéis, hoje indexados ao Índice Geral de Preços (IGP), medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Holland sinalizou com a possibilidade de o governo tentar induzir um processo de substituição do indicador para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador oficial de inflação, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Essa é uma discussão que precisa ser feita”, disse. No entanto, o secretário afirmou que não haverá rompimento de contratos. “Não há medidas mirabolantes que rompam contratos”, garantiu. A ideia é reduzir a indexação à medida que os contratos forem vencendo. Holland disse que é “normal” haver indexação de preços com a inflação na casa dos 5% ou 6% ao ano. “Quando a inflação está acima da meta, os agentes querem mais reajustes”, disse.

O secretário também tentou demonstrar otimismo em relação aos rumos da inflação no Brasil e minimizar as preocupações com as recentes altas nos índices de preços. Assim como o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, o secretário avalia que a inflação vai começar a recuar a partir deste mês e do próximo.

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“Há certa tranquilidade com a perspectiva para a inflação. O IPCA vai convergir para a meta em 2012. Não tem como não convergir”, afirmou Holland. Em relação a 2011, o secretário lembrou que, entre 21 países que adotam o sistema de inflação, nove estão fora da meta de tolerância, o que atualmente não é o caso do Brasil.