O Ministério da Fazenda fechou um acordo com o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), que autoriza o Estado a obter mais R$ 2,45 bilhões de empréstimos internacionais nos próximos quatro anos. O valor representa, em proporção da receita mineira (11%), quase o dobro do autorizado para São Paulo (6,5%) e deverá ajudar o tucano a aumentar os investimentos estaduais e cacifá-lo ainda mais politicamente.

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?Foi um avanço extremamente importante. Em 2010, não haverá um só município de Minas sem ligação asfáltica?, disse Aécio. Segundo ele, as operações de crédito deverão ser contratadas com o Banco Mundial (Bird) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) – o dinheiro será utilizado para saneamento, segurança pública e, principalmente, pavimentação de estradas. Em alguns casos, o Estado deverá oferecer recursos próprios como contrapartida, em outros só precisará garantir a melhoria dos indicadores sociais.

O aval para as operações de crédito é exigido pela Lei de Responsabilidade Fiscal, já que empréstimos fazem crescer a dívida dos Estados. Nenhum deles pode dever mais do que dois anos de receita, o que não é obedecido pelo Rio Grande do Sul e por Alagoas. Mas existem outros limites que a Secretaria do Tesouro Nacional precisa controlar, como o limite de gastos com o serviço da dívida, que não pode ultrapassar 11,5% da receita corrente líquida. Nesse caso, há pelo menos mais seis Estados acima do teto.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, justificou o acordo alegando que Minas teve desempenho fiscal ?muito bom? nos últimos anos. Nos bastidores, os tucanos vêem a mão invisível do presidente Lula tentando fortalecer Aécio na briga com Serra pela sucessão presidencial. Hoje, Lula estará em Belo Horizonte anunciando R$ 3,8 bilhões de investimentos no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

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