Fase mais aguda da crise já passou pelo mercado brasileiro

A fase mais aguda da crise financeira mundial já passou pelo mercado de capitais brasileiro, na avaliação do superintendente da Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro (Andima), Paulo Sampaio. Ele lembrou, contudo, que a crise agora está batendo no lado real da economia. “E isso, obviamente, tem reflexos sobre o movimento das bolsas”.

Nesta quarta-feira (12), a maioria das bolsas asiáticas fechou em baixa e o Índice Ibovespa, da Bolsa de Valores de São Paulo, experimentava queda de cerca de 4% por volta do meio-dia.

Segundo Sampaio, questões de ordem econômica registradas, sobretudo, no mercado norte-americano vão influir ainda por algum tempo no comportamento dos mercados. As medidas adotadas pelo governo federal são eficientes, segundo o superintendente da Andima, no sentido de “buscar recolocar a liquidez (disponibilidade de dinheiro) no seu devido lugar. “Quer dizer, tirar esse receio de concentração de liquidez”. Ele acredita que os resultados logo começarão a surgir, “é uma questão de tempo”.

Sampaio disse que o mercado nacional deve passar, nos próximos seis a 12 meses, por um período de muita volatilidade (altos e baixos). Para os pequenos investidores, o conselho é ter cautela máxima. “Se estiver posicionado (com ações compradas em bolsa) e não tiver necessidade de sair do mercado, fique. Mantenha suas posições, porque [desfazer-se] agora é realizar perdas [ter prejuízo]. E isso significa ativos, já que nós tivemos um movimento muito forte de reajuste de preços”.

Sampaio confia que o Brasil voltará a ter um bom desempenho no mercado de capitais. “Nós vamos passar por cima dessa crise, com certeza, mas a gente precisa de tempo. E eu acho que o investidor deveria buscar também manter tranqüilidade nesse momento”.