Faixa de isenção pode crescer

O desenvolvimento da agroindústria familiar, sustentável e com inclusão social, está sendo discutido em Curitiba, em um seminário promovido pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf). O objetivo do evento é levantar propostas que possam ser apresentadas para as famílias de pequenos agricultores, dentro da realidade de cada município.

Cerca de 85% das 320 mil propriedades rurais do Paraná são de agricultores familiares – aproximadamente dois milhões de pessoas -, que respondem por mais de 65% da produção básica de alimentos. Segundo o coordenador da Fetraf, Luis Pirin, a criação de agroindústrias é uma alternativa para fixar essas famílias no campo, diminuindo o êxodo rural e crescimento do desemprego nas cidades.

Para isso, irão identificar propostas que possam ser aplicadas em projetos que envolvam toda a cadeia produtiva da propriedade. “Depois iremos repassar para as associações, sindicatos ou outras entidades que trabalhem com as famílias, para estimular a criação de agroindústrias”, disse Pirin. A principal vantagem é que as famílias poderão comercializar os produtos com valor agregado, o que vai representar um aumento da renda. Pirin destaca ainda que as agroindústrias podem ajudar na geração de emprego no campo.

Ajustes

Apesar das vantagens da criação das agroindústrias familiares, o representante da Fetraf ressalta que são necessários mais incentivos e algumas alterações na legislação do setor. Uma dessas mudanças seria a possibilidade de vender os produtos em todas as regiãos somente com o selo do SIM (Serviço de Inspeção Estadual), sem a necessidade de obter o Sipe (Serviço de Inspeção Estadual) e Sife (Serviço de Inspeção Federal). “Se o produto consegue o SIM é porque ele tem qualidade e pode ser vendido em qualquer parte”, disse, acrescentando que isso acaba aumentando o custo final do produto.

Outra mudança que o coordenador da Fetraf defende é na legislação para as agroindústrias familiares. “Hoje ela é a mesma para qualquer agroindústria, independente do tamanho ou atividade que irá desenvolver”, explicou. Pirin também defende mais recursos e incentivos para o setor, principalmente do Pronaf, que possibilita financiamentos a longo prazo.

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