A Associação Libra, que regulará a moeda digital do Facebook, não tem intenção de formular política monetária nem competir com bancos centrais e com moedas soberanas, segundo o responsável pelo projeto Libra, David Marcus. A afirmação consta no depoimento que Marcus dará terça-feira, 16, ao Comitê de Atividades Bancárias do Senado dos Estados Unidos, cujo texto foi divulgado nesta segunda-feira, 15.

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Marcus, atual vice-presidente de serviços de mensagens do Facebook, explica que a regulação da moeda digital será feita pela Associação Libra, um órgão independente formado por empresas privadas, organizações multilaterais, ONGs, entidades sem fins lucrativos e órgãos acadêmicos. Segundo ele, a associação terá políticas para combater o uso da moeda para lavagem de dinheiro e financiamento de atos terroristas, entre outras questões de segurança nacional.

O executivo explica que o valor da Libra não será lastreado em um único ativo, como as moedas nacionais, e sim a uma lista de ativos cotados numa cesta de divisas fortes, incluindo dólar, iene, libra esterlina e euro. Estes ativos serão mantidos pela Reserva da Libra, composta por uma rede geograficamente distribuída de “custodiantes com grau de investimento” que garantirá a “auditabilidade, transparência, segurança e descentralização”.

Com relação à privacidade, Marcus compara a Libra a outras moedas que utilizam a tecnologia blockchain: as transações incluirão somente os endereços públicos do remetente e receptor, o valor da transação e o horário. Outras informações não serão visíveis e “a Associação não manterá nenhum dado pessoal separadamente”, de forma que os dados não serão monetizados.

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Marcus será também chefe da Calibra, uma subsidiária do Facebook que atuará como uma “carteira digital”, possibilitando que usuários do WhatsApp e Facebook Messenger realizem transferências em Libra. Ele ressalta que as informações coletadas pela Calibra não serão compartilhadas com o Facebook e, consequentemente, não serão utilizadas para direcionamento de propagandas.

O responsável pela Libra afirma concordar com a opinião do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, sobre a necessidade de um processo de implementação “paciente e minucioso” da moeda digital.

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