Fábrica de motores pode fechar as portas

Um imbróglio judicial pode fazer com que a empresa TMT – Motoco do Brasil, instalada desde 2002 no município de Campo Largo, Região Metropolitana de Curitiba, entre em concordata, demitindo os cerca de 860 empregados. A empresa dará 20 dias de férias coletivas aos empregados a partir de amanhã. O motivo é o bloqueio das contas da TMT e a conseqüente impossibilidade de pagamento dos salários. A TMT fabrica motores e trasmissões e exporta quase toda a sua produção para uma empresa norte-americana, e é responsável por gerar outros 1.300 empregos indiretos na região.

Enfrentando problemas financeiros, a empresa propôs um acordo a cinco bancos credores prevendo uma carência de 18 meses, tempo previsto para que pagasse suas dívidas. Segundo um funcionário da TMT, que não quis se identificar, cerca de 80% das dívidas foram satisfatoriamente negociadas com os bancos HSBC, Bradesco e Itaú, através de um acordo extra-judicial.

Mas Unibanco e Banco Alpha, com menor percentual das dívidas, não concordaram com o acordo e entraram na Justiça pedindo a concordata da empresa apesar da obrigação da aceitação do acordo perante um processo judicial. Porém, os advogados do banco descobriram que o acordo não foi assinado por um juiz de Campo Largo, sendo deferido por um juiz de Curitiba, tornando legal o posicionamento dos bancos que pediram a concordata.

A TMT foi então notificada no último dia 12 que suas contas estavam bloqueadas. Segundo o funcionário, a empresa já recorreu da decisão, tentando reverter a decisão, que aguarda agora parecer do Tribunal de Justiça do Paraná.

O diretor do Sindicato dos Metalúrgicos, Nelson Silva de Souza, acusa a TMT de ter sido irresponsável no acompanhamento do processo. ?É um caso raro. A empresa falhou em não acompanhar o processo e quem sai no prejuízo, novamente, é o trabalhador?, afirma.

A esperança do presidente do Sindicato é que o processo seja resolvido enquanto durarem as férias coletivas. Caso contrário promete tomar outras atitudes. ?Vamos tentar encontrar soluções razoáveis nos próximos 20 dias. Se não houver acordo, acionaremos a Justiça e vamos fazer mobilizações na frente do Palácio Iguaçu?, adianta o diretor.

A TMT informou que dará uma entrevista coletiva hoje, quando se posicionará oficialmente sobre o problema.

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