Exportação é saída para o setor plástico

A exportação pode ser a saída para o setor da indústria plástica, que encontra sérias dificuldades com o aumento da carga tributária, competição com setores informais numa concorrência significativa e aumento de custos por reajustes nas matérias-primas acima da inflação. A constatação foi feita pelos presidentes da Associação Brasileira da Indústria de Material Plástico, Mercheg Cachum e do Sindicato da Indústria de Material Plástico no Estado do Paraná, Dirceu Gal-léas, durante o II Fórum Sul Brasileiro do Setor Plástico, realizado ontem em Curitiba, e que reuniu mais de 200 profissionais do setor.

?As exportações representam a saída para o crescimento?, acredita Galléas, otimista com os esforços do governo federal em se aprofundar nos relacionamentos internacionais. De acordo com o secretário de Estado da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul do Paraná, Luiz Mussi, o governo tem a intenção de montar um pólo petroquímico no Estado.

Desde o ano passado, com a criação do projeto Export Plastic – assinado em dezembro com valores estimados em US$ 3 milhões – o governo está empenhado em aumentar os facilitadores de exportação, investindo 48%, enquanto a indústria petroquímica colabora com 38% e o restante está sendo investido pela indústria de transformação. Esta mobilização de todos os lados está fortalecendo o setor como um todo, visando unir esforços e aumentar a participação do Brasil na balança comercial. Em 2003 o país ficou deficitário em US$ 183 milhões, mas a expectativa é de zerar estes números até 2006. A estimativa é de alcançar superavit de US$ 1 bilhão para os transformadores nos próximos 8 anos.

O Paraná está em fase de finalização com exportações para a Inglaterra e, de acordo com o presidente do Simpep, toda a cadeia produtiva, incluindo as indústrias de materiais plásticos, petroquímica e entidades representativas de classe estão focando países potenciais, como Estados Unidos, Canadá, México e da União Européia.

Consumo

A indústria de embalagem lidera na segmentação de mercado do plástico, com 40%, seguido pela construção civil (14%), descartáveis (12%), outros (9%), componentes técnicos (8%), agrícola (8%), utilidades domésticas (5%), calçados (3%), laminados (1%) e brinquedos (1%), segundo a Abiplast.

Para o presidente da Abiplast, o setor precisa de investimentos de US$ 6 bilhões, até 2008, sobretudo para modernizar o maquinário de seu parque industrial. ?Existe um grande número de empresas com máquinas obsoletas?, diz Cachum.

O setor de transformação de material plástico no País reúne 7.898 empresas e gera 225 mil empregos diretos, conforme dados do Ministério do Trabalho. O Paraná participa com 400 empresas e gera cerca de 16.000 empregos.

Para Cachum, o ano de 2004 começa a apresentar uma melhora para o setor. ?Dá para sentir uma retomada, mas de forma suave, ainda não dá para soltar fogos de artifício?, fala Cachum.

Em um cenário otimista, o executivo espera um crescimento de 7% na produção neste ano. ?Caso não aconteça nenhum imprevisto?, pondera. O executivo se diz preocupado com questões como as eleições municipais, a guerra no Iraque, o terrorismo e o aumento no preço do petróleo.

PET é 100% reaproveitável

Embora cause visível poluição devido ao descarte incorreto no meio ambiente, o PET pode ser considerado um plástico com apelo ecológico. Entre as embalagens descartáveis, o material apresenta a melhor relação entre o peso da embalagem (a garrafa de 2 litros pesa 54 g) e o conteúdo que acondiciona, ou seja, é uma embalagem que proporciona menor geração de resíduos.

Outra vantagem ambiental é que o PET é um plástico 100% reaproveitável. Sua reciclagem, além de desviar lixo plástico dos aterros, utiliza apenas 30% da energia necessária para a produção da resina virgem.

Em 2003 o consumo aparente de PET foi de 300 mil toneladas. Destas, 40% foram recicladas, cerca de 120 mil toneladas. A reciclagem do material cresce em torno de 20% ao ano. Existem no País cerca de 20 empresas que se dedicam somente à reciclagem do PET, concentradas nos estados de São Paulo e Santa Catarina. Do total de plásticos reciclados no Brasil, o PET já corresponde a 17%.

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