Os preços do leite recuaram em outubro, mas o motivo da pressão foi o aumento da oferta interna. O diretor-executivo da Associação Brasileira das Pequenas e Médias Cooperativas e Empresas de Laticínios, Wilson Massote, ponderou que "tudo o que é negativo é ruim, mas ainda não podemos quantificar os estragos". A associação promove hoje, em Brasília, o workshop "Alavancando as Exportações de Lácteos". O objetivo é discutir formas de ampliar as exportações brasileiras de laticínios. As vendas podem chegar a US$ 200 milhões em 2007. Durante o evento, foram servidos vários tipos de queijos produzidos no País. Boa parte das peças era importada há dois anos, disse. "Nós passamos de importador a exportador", resumiu.

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As fraudes envolvendo duas cooperativas de leite de Minas Gerais avaliou Massote, representam um problema pontual para o setor e a intensificação da fiscalização feita pelo Ministério da Agricultura garantirá que o produto nacional tenha qualidade. No dia 22 de outubro, a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Ouro Branco, que tem como objetivo investigar cooperativas que adicionavam substâncias químicas de forma irregular ao leite longa-vida.

Para o ano, a expectativa é de superávit de US$ 35 milhões na balança comercial de lácteos, valor muito superior ao obtido em 2004, quando, pela primeira vez na história, o Brasil foi superavitário nesse segmento. Até setembro, o superávit foi de US$ 25 milhões, informou o presidente da Comissão Nacional de Pecuária Leiteira da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rodrigo Alvim.

De acordo com Massote, o mercado de produtos lácteos envolve cerca de 200 países que gastam US$ 42 bilhões com compras anuais. Levantamentos da associação mostram que a participação do Brasil é de "apenas" 1,16% num mercado de 96 países. "Os Estados Unidos, por exemplo, gastam US$ 1,2 bilhão com compras de produtos lácteos por ano. O Brasil participa apenas com 0,4% desse total. Sabemos que podemos, no mínimo, triplicar nossa participação", comentou.

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Mercado

O mercado americano, disse o diretor, é o principal destino do produto brasileiro. Somente oito grandes parceiros comerciais do Brasil (Estados Unidos, Japão, México, Arábia Saudita, Argélia, Filipinas, China e Emirados Árabes) importam aproximadamente US$ 5 bilhões em lácteos todos os anos. A associação reúne 100 empresas e cooperativas do setor lácteo. Desse total, 30 têm condições de exportar, mas só 12 exportam de forma efetiva. "Para aumentar o número de empresas exportadoras, é preciso que elas organizem viagens de negócios", recomendou. As indústrias e cooperativas ligadas à associação processam 18 milhões de litros por leite por dia.

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