O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse que apesar da redução do crescimento da economia no terceiro trimestre de 2010, o País já tem assegurado um avanço próximo de 7,5% para este ano. “Mas tudo indica que poderemos passar de 8% de crescimento em 2010”, afirmou ele, insistindo que a taxa de crescimento de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre não irá atrapalhar a trajetória.

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“O PIB só reduziu o ritmo de crescimento. Ele começou o ano crescendo a 9,4%, conforme o dado que o IBGE revisou hoje. Portanto, o primeiro e segundo trimestres foram de muita força no crescimento da economia. No terceiro trimestre continua crescendo, apenas a um ritmo menor. Isso é justificável, porque quando você cresce em cima de uma base tão grande, é normal que o ritmo seja menor”, disse Bernardo. Segundo ele, “mesmo que não cresça nada no quarto trimestre, nós já temos assegurado um crescimento perto de 7,5% garantido para este ano”.

Sobre o corte de R$ 12 bilhões do Orçamento deste ano, Bernardo lembrou que o governo decidiu fazer uma reestimativa porque concluiu que a receita será menor do que aquela mandada na proposta orçamentária. Em seguida, avisou que o governo vai dar a sua colaboração, apresentando redução na sua própria proposta, para facilitar o trabalho do Congresso. “Nós já estamos providenciando a indicação de onde deve ser cortado, na nossa proposta, as despesas para chegar ao equilíbrio. A verdade é que são R$ 12 bilhões, mas de receita líquida. Na verdade, o corte é em torno de R$ 8 bilhões, na dotação do governo”, comentou o ministro.

O ministro disse que o governo vai sugerir ao Congresso a proposta de cortes de R$ 8 bilhões no Orçamento de 2011 para não ser acusado de ter deixado o problema para o Congresso. “Não seria justo politicamente com o Congresso. Por isso nós vamos incluir (o corte) às despesas”, afirmou Bernardo.

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Bernardo disse ainda que “a arrecadação até 2008 estava crescendo em ritmo superior ao da economia, provavelmente porque as empresas estavam realizando grandes e crescentes lucros”. E prosseguiu: “só que depois da crise, tudo indica que elas não têm o mesmo ritmo de lucro que tiveram antes e estão fazendo reposição de perdas. Mas a verdade é que a arrecadação não cresceu e não vai crescer no mesmo ritmo da economia, que vai ser de quase 8% real”.