Com uma diferença de poucos minutos, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), deu indicações contraditórias sobre a votação do projeto de decreto legislativo que pretende manter benefícios fiscais para a indústria de refrigerantes na Zona Franca de Manaus. A jornalistas, antes de assumir o comando da sessão, Eunício afirmou que não votaria a proposta nesta terça-feira, 10, porque é um tema que “gera polêmica”. Minutos depois, já no plenário, afirmou que poderá colocar o projeto em votação, se esse for o desejo dos senadores do Amazonas.

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Os senadores amazonenses são os mais interessados em manter incentivos para as indústrias de refrigerantes, setor que fez lobby pesado junto à equipe econômica depois que o governo cortou o subsídio ao setor. A medida foi necessária para compensar parte da chamada “Bolsa caminhoneiro” – iniciativa que deu subsídios ao preço do diesel e foi elaborado para pôr fim à greve do setor.

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O senador Eduardo Braga (MDB-AM) foi um dos primeiros a se manifestar sobre o projeto, fazendo um apelo a Eunício para que o projeto seja votado ainda nesta terça. Eunício disse então que, se essa era a vontade dos senadores do Estado, a proposta poderia ser apreciada.

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Mais cedo, Eunício havia dado indicação contrária. “(O projeto) Gera polêmica aqui dentro, precisa de quórum qualificado de 41 votos, não dá para fazer esse debate”, disse a jornalistas antes de assumir a presidência da sessão. O próprio líder do governo no Senado, Romero Jucá (MDB-RR), reconheceu que não há acordo para votar o projeto que mantém reduzido o IPI para a indústria de refrigerantes.