EUA revisam crescimento do PIB de 7,2% para 8,2%

O PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos cresceu 8,2% no terceiro trimestre na comparação com o mesmo período do ano passado. O dado foi revisado. Na primeira prévia, o avanço divulgado havia sido de 7,2%. O número definitivo será divulgado em uma segunda revisão nas próximas semanas. A alta do PIB no terceiro trimestre foi a mais significativa desde os primeiros três meses de 1984, segundo informou o Departamento de Comércio dos Estados Unidos. No segundo trimestre deste ano, o PIB avançou 3,3%.

Os dados do terceiro trimestre ficaram acima dos esperados pelos analistas. A maioria apostava em um crescimento do PIB revisado para 7,8%.

Os gastos dos consumidores, que movimentam quase 70% da economia norte-americana, subiram 6,4% entre julho e setembro. As vendas finais também cresceram 8%.

Os investimentos e lucros do setor corporativo também avançaram. Os ganhos subiram 10,6% no mesmo período.

Subsídios

Uma série de emendas de última hora ao Orçamento dos EUA para 2004 está inflando os subsídios agrícolas praticados pelo país e deve ampliar ainda mais as previsões de déficit fiscal para o ano que vem, estimado em cerca de US$ 500 bilhões. Analistas afirmam que o calendário eleitoral do presidente George W. Bush e do Partido Republicano, que controla o Congresso, está por trás da nova onda de gastos.

Em Wall Street, a corretora Goldman Sachs e a agência de avaliação de riscos Moody?s alertaram para os perigos do déficit orçamentário crescente nos EUA.

Embora a Moody?s tenha mantido em “Aaa” o rating para os títulos do governo dos EUA, a agência ressaltou o fato de o déficit americano ser hoje 64% maior, em termos proporcionais, do que a média dos 30 países mais desenvolvidos da OCDE (Organização de Cooperação para o Desenvolvimento Econômico). Em relatório a investidores, a Goldman Sachs afirmou que “a situação orçamentária dos EUA está fora de controle”.

No ano fiscal de 2003, terminado em setembro, os EUA atingiram um déficit de US$ 374 bilhões, o equivalente a 3,5% do PIB (Produto Interno Bruto). O número equivale a um gasto público anual de US$ 20 mil por família nos EUA, o maior desde a Segunda Guerra, para uma arrecadação (também por família) de US$ 17 mil por ano.

Para Brian Reidl, especialista em orçamento da Fundação Heritage, entidade que apóia Bush e o Partido Republicano, muitos dos gastos estão relacionados às bases políticas da Casa Branca.

Na área agrícola, principalmente, as emendas têm se multiplicado desde a posse de Bush para aumentar subsídios a produtores de amendoim, lã, laticínios, etanol e soja.

Algodão

Um dos setores que mais têm recebido nova ajuda é o de algodão, que já acumula US$ 3,5 bilhões em subsídios ao ano.

Mesmo produzindo algodão a um preço até seis vezes maior do que no Oeste da África, por exemplo, produtores do Mississipi vêm sendo acusados de praticar preços muito abaixo da média do mercado internacional. No início de dezembro, pela primeira vez em anos, o Mississipi elegeu um governador do partido de Bush.

Os subsídios norte-americanos aos agricultores do país somam hoje cerca de US$ 50 bilhões ao ano e já foram o principal ponto de atrito nas negociações entre os EUA e o Brasil na Alca (Área de Livre Comércio das Américas).

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