EUA querem o Brasil contra subsídio europeu

O representante comercial dos Estados Unidos, Robert Zoellick – que foi chamado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva de o “sub do sub do sub” -, trouxe ao novo governo a mensagem de que os EUA querem o Brasil como seu principal aliado nas negociações para que a União Européia e o Japão reduzam os subsídios concedidos a seus produtores agrícolas. Zoellick foi designado pelo presidente George W. Bush para representar o governo americano na posse do presidente Lula. Nos dias em que ficou em Brasília, Zoellick se encontrou com os ministros Antonio Palocci Filho (Fazenda), Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento), Roberto Rodrigues (Agricultura) e Celso Amorim (Relações Exteriores).

Segundo a embaixadora dos EUA no Brasil, Donna Hrinak, que acompanhou Zoellick em todas as conversas, o representante comercial americano disse aos ministros que os dois países têm muitos interesses em comum e que devem trabalhar juntos na questão dos subsídios agrícolas, inclusive na OMC (Organização Mundial do Comércio).

Uma das principais contestações do Brasil no comércio internacional nos últimos anos foram os bilionários programas de ajuda aos produtores rurais concedidos pelos países de Primeiro Mundo, especialmente a União Européia e os próprios Estados Unidos.

Pelas palavras de Zoellick sobre a parceria com o Brasil, seria de supor que os americanos aceitariam reduzir os subsídios dados a seus agricultores, como o governo do ex-presidente Fernando Henrique pleiteou nos últimos anos.

Mas a visão dos EUA não é bem essa. “Nós entendemos a posição brasileira. Mas os EUA não poderão rever seus programas agrícolas, reduzir os subsídios, se Europa e Japão não aceitarem fazer”, disse Hrinak.

Segundo ela, mesmo assim o Brasil tem a ganhar em se aliar aos EUA, porque os programas europeus são muito maiores do que os americanos.

O novo ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, que recebeu Zoellick anteontem, disse que a conversa com o representante americano foi amigável, uma visita de cortesia, “porém mais concreta” do que ele imaginava. Segundo Rodrigues, Zoellick disse que o Brasil terá grande relevância para os EUA nas negociações internacionais. O ministro disse que, sem maior abertura do mercado agrícola dos EUA, as demais negociações comerciais ficarão paradas.

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