EUA aumentam tarifas sobre o camarão

O Departamento de Comércio dos EUA, órgão que verifica a existência ou não de práticas de dumping prejudiciais à indústria norte-americana, anunciou ontem a aplicação de tarifas de importação sobre o camarão brasileiro de até 67,8%.

Cerca de 45% da produção brasileira vai para os EUA. Os produtores norte-americanos acusaram o Brasil de vender o produto a um preço “abaixo de seu valor”. Para o governo brasileiro, a medida protecionista dos EUA deve ocasionar uma queda de até 40% na produção nacional de camarão em 2004 e afetar duramente uma indústria que hoje emprega diretamente quase 50 mil pessoas.

Também foram definidas ontem tarifas para a importação norte-americana de camarão do Equador (de 6,08% a 9,35%), Índia (3,56% a 27,49%) e Tailândia (5,56% a 10,25%). O Brasil foi o mais atingido com a sobretaxa de até 67,8%. Recentemente, os produtos da China e do Vietnã também foram sobretaxados.

Os países atingidos pela sobretaxa podem recorrer. Um julgamento final sobre o assunto deverá ser feito somente no próximo ano pelo ITC (International Trade Commission), agência que apura casos de comércio exterior. A “guerra do camarão” eclodiu no final de dezembro passado, quando os produtores americanos falavam em uma sobretaxa contra o produto brasileiro de até 230%.

O Brasil argumenta que os EUA não têm condições de produzir camarão em quantidade suficiente para atender a demanda interna. Há ainda avaliações de que o governo do presidente George W. Bush decidiu investigar possíveis práticas de dumping desses países para agradar a produtores de estados do sul em um ano eleitoral.

Voltar ao topo