Estimulada, indústria amplia oferta de vagas

São Paulo – A indústria está pronta para retomada do ritmo de atividade, refletindo, em boa parte, o cenário favorável que vem sendo antecipado pelo mercado financeiro. Pela primeira vez desde 2000, um número maior de empresas pretende contratar mais do que demitir no último trimestre do ano, segundo dados preliminares da Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

A pesquisa que ouviu 500 indústrias em 21 ramos de produção de 25 Estados, que juntas empregam 389,4 mil trabalhadores e faturam R$ 101,6 bilhões por ano, indica que 21% das empresas pretendem contratar neste último trimestre, enquanto 18% planejam demitir. O restante não deve alterar o quadro de pessoal.

Esse resultado é muito interessante”, ressalta o coordenador de Pesquisas Empresariais do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, Aloisio Campelo Jr. A diferença entre o percentual de empresas que pretende contratar e demitir é de três pontos positivos. Nos quatro últimos trimestres desde outubro do ano passado, esse diferencial foi negativo. Isto é, mais empresas planejavam demitir do que contratar, ressalta.

A perspectiva de recuperação do emprego industrial é um forte indicador antecedente. É que a ocupação na produção, ao contrário do comércio no fim de ano, sinaliza postos de trabalho duradouros.

A Mondial, por exemplo, fabricante de eletroportáteis e ventiladores, contratou 250 operários entre agosto e setembro e abriu mais 100 vagas para serem preenchidas até o mês que vem na fábrica de Camaçari (BA), que até julho tinha 650 funcionários. “As contratações são efetivas, não temporárias”, diz o diretor comercial, Giovanni Cardoso. Ele explica que a ampliação de pessoal foi motivada pelo crescimento das vendas, especialmente de ventiladores, porque o mercado está desabastecido. No primeiro semestre, o faturamento da companhia cresceu 46% ante 2002 e a meta é fechar 2003 com acréscimo de 60%. Em 2002, a empresa vendeu R$ 66 milhões.

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