Especialista diz que bolsa de valores é investimento perigoso

“Bolsa fecha em queda.”, “Bolsa abre em clima de instabilidade.” “Bovespa atinge os 34.373 pontos.” Com uma crise financeira mundial em andamento, o que mais se ouve – ou se lê – é o desempenho das bolsas de valores em todo o mundo.

Por meio deste tipo de negócio sente-se como está o cenário econômico. Funciona como uma espécie de termômetro, a partir da reação do mercado. Mas entender como funciona a bolsa de valores não é uma tarefa tão simples.

Nada na bolsa de valores é certeza. Mesmo fora de um período de crise, alguns são mais pessimistas; outros, não. E, dentro da instabilidade constante, sempre existe gente querendo comprar ou vender títulos que tenham algum valor financeiro, a exemplo das ações. Na bolsa de valores, sempre há negócio.

Segundo André Hayashi, professor de mercado financeiro da Fae – Centro Universitário (Unifae) – e operador de ações e derivativos da Fator Corretora, a aquisição de uma ação significa a compra de um negócio.

Aplicar na bolsa é uma maneira de diversificar o investimento. Mas, por conta desta incerteza já característica, “é preciso ter estômago”. Além disso, o investidor deve possuir um perfil de risco. “Há pessoas que não gostam deste tipo de negócio por causa disso”, esclarece.

Mas também não significa que os investimentos na bolsa devem tirar o sono. “Se a ação for desvalorizada 60% e você perder o sono por causa disso, então não deveria ter investido.

A longo prazo, os valores podem ser recuperados. Não se investe em bolsa pensando em curto prazo. Muito menos colocar o dinheiro da faculdade, da viagem. Tem que colocar para ‘esquecer’ mesmo”, comenta Márcio Bandeira, gerente operacional da Ativa Corretora.

Quem investiu também não deve se desesperar – pelo menos antecipadamente – quando lê uma notícia sobre a queda do Índice Bovespa (Ibovespa), o principal do País.

Este parâmetro constitui-se da média do desempenho das ações de algumas empresas. Assim, não representa que a ação adquirida tenha necessariamente seguido o que mostrou o Ibovespa.

Em momento de crise, especialistas aconselham a entrada neste tipo de negócio. “Este é o melhor momento porque o pânico exagera a queda nos preços de mercado. As ações valem menos. O preço barato só é encontrado em período de turbulência. Quanto maior é nervosismo, mais barata é a negociação”, ensina Hayashi.