O leilão de entrega de energia A-1 das distribuidoras terá um preço máximo de R$ 201 por megawatt-hora (MWh), informou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O leilão será realizado na sexta-feira, 5, e o prazo de fornecimento começa em 1.º de janeiro de 2015. Foi a primeira vez que o governo divulgou os preços do leilão na mesma semana em que ele seria realizado. Isso ocorreu porque algumas das definições a respeito do setor elétrico saíram apenas na semana passada, fundamentais para definir se a licitação será ou não bem-sucedida.

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Para empreendimentos com energia proveniente de todos os tipos de fonte, exceto térmicas, (contratos por quantidade), contratos de fornecimento de três anos, até 31 de dezembro de 2017, terão preço-teto de R$ 201 por MWh. Já contratos de fornecimento de cinco anos, até 31 de dezembro de 2019, terão preço-teto de R$ 180 por MWh.

O prazo de fornecimento será de três anos, com início em 1º de janeiro de 2015 e fim em 31 de dezembro de 2017, para empreendimentos com energia proveniente de térmicas, inclusive biomassa (contratos por disponibilidade). O preço-teto será de R$ 192 por Mwh.

Mercado

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Na semana passada, a Aneel aprovou a queda do preço da energia no mercado à vista (PLD) pela metade. A partir de 1.º de janeiro de 2015, o teto do PLD será reduzido de R$ 822,83 para R$ 388,04. Se o teto continuasse nesse patamar, havia risco de que os geradores não tivessem interesse em vender a energia às distribuidoras no leilão e optassem por liquidá-la no mercado à vista, onde poderiam obter um lucro maior.

Foi exatamente o que ocorreu no fim do ano passado. Enquanto o preço-teto do leilão foi de R$ 192 por MWh no leilão do ano passado, na mesma época, a energia atingia R$ 300 por MWh no mercado à vista. Com isso, os geradores não apareceram e as distribuidoras conseguiram contratar menos da metade do que precisavam no leilão.

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Faltaram 3,3 mil MW médios para atender os consumidores, energia que teve que ser adquirira pelas distribuidoras no mercado à vista neste ano. Isso custou R$ 17,8 bilhões às empresas em empréstimos bancários intermediados pelo governo. Ao longo de 2013, pelas mesmas razões, o Tesouro Nacional foi obrigado a aportar R$ 9,8 bilhões para socorrer as distribuidoras.

Dessa vez, o governo não atuou antes para impedir esse fracasso. Também na semana passada, a Aneel definiu a divisão, entre as distribuidoras, da energia produzida pelas usinas mais antigas e que estão com contratos de concessão próximos do vencimento. Com energia, proveniente de usinas que hoje pertencem à Cesp, Cemig e Copel, cujos contratos vencem no ano que vem, a demanda das distribuidoras no leilão será menor.