Encontro debate estabilidade para o leite

As constantes oscilações dos preços do leite pago pelas indústrias de laticínios vêm inibindo os investimentos dos produtores em novas tecnologias de produção. Com isso o setor perde eficiência, situação que compromete a competitividade de toda a cadeia produtiva. Esta situação é tema de discussão em Londrina, durante o Encontro Regional da Cadeia Produtiva do Leite, no Parque de Exposições Governador Ney Braga, hoje.

O evento é promovido pela Emater-PR, com a participação dos diversos setores da cadeia produtiva, que irão expor alternativas para que a comercialização do leite seja mais estável. O objetivo é promover a integração de todos os elos da cadeia produtiva. Após a discussão, será divulgada a “Carta de Londrina”, que pretende ser uma referência para o setor produtor de leite da região Norte do Estado.

O Paraná é o quarto produtor nacional de leite, com um rebanho em ordenha de cerca de 1,2 milhão de cabeças, que produzem quase dois bilhões de litros por ano. De acordo com os técnicos da Emater, a produtividade alcançada na propriedade e na indústria se perde na comercialização, com a freqüência de oscilações nos pagamentos que geram insegurança ao produtor.

Na última década, mesmo com a redução de 8% do rebanho em ordenha, a produtividade dentro da porteira aumentou em 36%, que correspondeu a uma taxa de crescimento na produção de leite cru de 4% ao ano. Do total da produção anual, cerca de 1,2 bilhão de litros são colocados no mercado formal e perto de 800 milhões de litros de leite vão para o mercado informal.

No mercado informal, 37,5% do leite é consumido na própria propriedade e o restante, utilizado pelas fabriquetas domésticas de produtos lácteos e pequenos laticínios. Para o médico veterinário Otamir Martins, coordenador estadual do Processo Leite da Emater, o leite é um produto importante na economia estadual e o produtor rural está ciente disso. Por isso vem adotando na propriedade as recomendações técnicas necessárias para aumentar sua competitividade no mercado. Porém, esse avanço está encontrando obstáculos no gargalo da comercialização.

Deverão participar do encontro cerca de 200 convidados entre produtores e representantes de órgãos públicos, como Ministério do Desenvolvimento Agrário, Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, de entidades da iniciativa privada, como Faep, Confepar, pool de produção de leite da região do ABC (Ponta Grossa), Sindicato Rural de Londrina, e representante das indústrias (Leco, Nestlé, Integrada, Cativa, Arproleite).

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