Sem perspectiva

Encomendas de final de ano ainda não reanimam indústria

As encomendas para as vendas de fim de ano não foram suficientes para tirar a indústria da estagnação nos últimos meses, contrariando um movimento sazonal captado pela Pesquisa Industrial Mensal Produção Física, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta terça-feira, 2. A demanda doméstica desaquecida e os estoques altos em atividades importantes explicam a produção industrial mais moderada, segundo André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE.

“É claro que você tem redução na demanda domestica. É um fator importante a ser considerado, seja pelos níveis de inadimplência em patamares elevados, pelo maior comprometimento da renda das famílias, maior restrição na concessão e encarecimento do crédito ou mercado de trabalho com comportamento mais moderado. A demanda doméstica vem caminhando numa velocidade menor”, justificou Macedo.

Com a demanda mais fraca, os estoques acumulados estariam dando conta das encomendas para o Natal. “Paralelo a isso, tem um nível de estoque para muitas atividades acima do seu padrão habitual. Então tem uma produção ali estocada que pode estar dando conta da demanda que costuma ser maior no final do ano”, apontou o pesquisador.

Macedo afirmou ainda que, por causa da proximidade das festas de fim de ano, o aumento na produção costuma ser mais concentrado em bens intermediários em agosto. Já em setembro e outubro costuma haver avanço mais intenso na fabricação de bens finais.

A indústria está operando 6,4% abaixo do pico da série histórica da pesquisa, alcançado em junho de 2013. “Então o total da indústria se encontra bastante abaixo do seu patamar mais elevado”, ressaltou.