Lideranças empresariais de todo o Paraná têm elogiado a decisão do governador Roberto Requião de ampliar o universo de micros e pequenas empresas que, a partir de fevereiro, estarão isentas do ICMS. O benefício, que atingiria 102 mil empresas, agora vai auxiliar 120 mil pequenos empreendedores, aqueles cujo faturamento anual é de até R$ 180 mil. A proposta inicial era dar a isenção para empresas cujo faturamento não passasse de R$ 150 mil.

“Foi uma decisão que, sem dúvida, ganhou o apoio de todo o conjunto do empresariado paranaense”, afirma o presidente da Federação das Associações Comerciais do Paraná (Faciap), Jefferson Nogaroli. “O governador se mostrou muito sensível criando um sistema de cobrança do ICMS único no Brasil”, disse ainda ao lembrar que empresas com rendimento até R$ 1,5 milhão também terão benefícios com um imposto progressivo de alíquotas que vai até 4%.

Para o presidente da Associação Comercial do Paraná (ACP), Marcos Domakoski, a medida – que se tornará um decreto governamental nos próximos dias – vai trazer um grande impacto em toda economia. “Além de facilitar a vida dos pequenos empresários, que terão mais recursos para ampliar suas atividades, o importante é o aspecto da geração de empregos, já que a maioria das oportunidades de trabalho sai das microempresas”.

Alavanca

O empresário do setor têxtil Augusto José Sperotto também reconhece que a medida adotada pelo governador Roberto Requião vai fortalecer as micros e pequenas empresas do Estado e servirá como uma alavanca para incrementar a geração de empregos em todos os setores. Sperotto é diretor da Fiasul Indústria de Fios Ltda., de Toledo, no Oeste do Paraná.

Segundo o empresário, as médias e grandes empresas serão igualmente beneficiadas porque são elas as fornecedoras das pequenas e microempresas. “Se os empreendimentos de menor porte vão bem, as grandes e médias empresas também colhem frutos.” Sperotto raciocina que os microempresários acabam fazendo mais encomendas e realizando os pagamentos em dia. O empresário lembra que um dos dramas do mercado hoje é a inadimplência.

Outro benefício apontado por Sperotto é a competitividade que as pequenas e microempresas ganham em relação às médias e grandes empresas, que recorrem à automação para produzir em alta escala. “Como as pequenas empresas não são automatizadas por falta de capital para investimentos, elas não conseguem competir e ganhar como as demais”.

Para Sperotto, o setor têxtil do Estado – um dos segmentos econômicos mais representativos do Paraná – será especialmente beneficiado com a medida porque a maioria das empresas de tecelagem, malharia, tinturaria, estamparia, é formada por pequenas e microempresas e com grande potencial de geração de empregos. Ele calcula que, para cada emprego gerado no ramo têxtil, criam-se outros 10 novos postos de trabalho em toda a cadeia produtiva.

O empresário acredita que as repercussões dessa medida serão imediatas. “Num primeiro momento, o pequeno e microempresário vão recuperar seu fluxo de caixa e, logo em seguida, passarão a contratar novos funcionários. Só o fato de o pequeno empresário utilizar o dinheiro do imposto para pagar contas proporcionará mais circulação de recursos no Estado, movimentando toda a economia.”

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