Mesmo com a queda na atividade e do número de empregados na indústria da construção em abril, os empresários do setor estão um pouco menos pessimistas com os meses à frente, de acordo com pesquisa divulgada nesta sexta-feira, 20, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). A Utilização da Capacidade de Produção chegou ao mínimo histórico no levantamento no mês passado, mas os executivos preveem cancelamentos menores de compras de insumos e matérias-primas nos próximos seis meses. Já o investimento do setor não deve voltar tão cedo.

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Em uma escala na qual valores abaixo dos 50 pontos significam redução da produção, o índice de nível da atividade no setor recuou de 37,5 pontos em março para 36,4 pontos no mês passado. Esse indicador vinha melhorando mês a mês desde de dezembro, quando estava em 33,3 pontos.

Da mesma forma, a nova aceleração do ritmo de queda da produção teve impacto no índice que mede a evolução do número de trabalhadores no setor. Seguindo a mesma metodologia, o indicador de emprego também caiu, de 36,6 pontos em março para 35,7 pontos em abril, significando um ritmo maior de demissões no mês.

Com o setor em marcha lenta, o Índice de Utilização da Capacidade e Produção caiu de 57% para 54%, o mais baixo desde que a CNI começou a acompanhar o indicador, em janeiro de 2012. Praticamente metade do parque instalado na construção civil ficou parado no mês passado.

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Para se ter uma ideia, considerando uma escala na qual 50 pontos correspondem ao desempenho usual da construção civil no período, o nível de atividade em abril registrou apenas 26,4 pontos, muito distante de voltar ao seu ritmo normal.

Expectativas

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Mesmo com a deterioração de todos os indicadores no mês, os empresários do setor mostraram menos pessimismo ao responderem perguntas sobre a avaliação que fazem sobre o futuro dos seus negócios. O índice de expectativas sobre o nível da atividade para os próximos seis meses aumentou de 39,7 pontos para 40,6 pontos, ficando um pouco mais próximo da linha divisória dos 50 pontos, a partir da qual as perspectivas começam a ficar otimistas.

Os executivos também pensam em demitir um pouco menos, já que o índice de emprego para os próximos seis meses também melhorou, de 38,2 pontos para 38,4 pontos. Da mesma forma, as expectativas de compras de insumos e matérias-primas melhoraram de 38,3 pontos para 39,7 pontos, indicando que os planos de cancelamento de encomendas estão menores.

Ainda assim, a intenção de investimentos por parte da indústria da construção continua extremamente deprimida e alcançou pelo terceiro mês seguido o nível mais baixo da série história. Dessa vez, o recuo foi de 23,4 pontos para 23,2 pontos.

Parte disso reflete a estabilidade da perspectiva de queda no volume de novos empreendimentos e serviços a serem contratados do setor nos próximos meses. Esse indicador permaneceu em 37,7 pontos em abril.