Empresa inglesa investe US$ 20 milhões na ALL

Brasília  – As ferrovias brasileiras estão voltando a atrair investidores estrangeiros. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) anunciou a autorização para que a empresa inglesa Latin Freight Company passe a integrar o quadro de sócios da América Latina Logística (ALL), concessionária da malha ferroviária da região sul do País, integrada às estradas de ferro argentinas.

“É a primeira vez que entra um sócio novo em ferrovias brasileiras desde o fim do processo de privatização”, comemorou o diretor-geral da agência, José Alexandre Resende.

Nos últimos anos, depois que o processo de privatização das malhas da Rede Ferroviária Federal (RFFSA) foi encerrado em 1997, lembrou Resende, uma parte dos sócios estrangeiros das novas concessionárias foi se desligando do negócio, decepcionados com a crise econômica do País e o retorno financeiro aquém do esperado. “A entrada de um novo investidor pode ser entendido como um sinal de que o setor está mudando”, afirmou o diretor da agência.

A entrada da Latin Freight na ALL prevê um aporte de capital do novo investidor de US$ 20 milhões. “E é dinheiro novo sem que os demais sócios tenham que colocar recursos”, disse Resende. Com isso, a empresa inglesa passa a deter 7,82% do capital da ALL Holding, que administra 6.586 quilômetros da malha ferroviária nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A ALL também tem autorização do governo argentino para operar ferrovias naquele país, interligando as estradas de ferro dos dois países. O transporte de grãos e farelos é o principal mercado da ALL.

Em 1998, a empresa assumiu as operações da malha sul paulista pertencente à Ferroban e em 1999, adquiriu as ferrovias argentinas Ferrocarril Mesopotamico General Urquiza (ALL Meso) e Ferrocarril Buenos Aires al Pacifico General San Martin (ALL Central). Deficitária em 1998 e 1999, desde o ano 2000 a concessionária vem apresentando lucros.

A entrada de um sócio estrangeiro no setor ferroviário não é a única boa notícia da semana. Na segunda-feira, o ministro dos Transportes, Anderson Adauto, anunciou um programa de modernização do setor ferroviário, que vai financiar a compra de 14 mil vagões e a reforma de outros 5 mil com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A renovação da frota de vagões deverá ocorrer ao longo de três anos. Em maio, o governo lançou o Plano Nacional de Revitalização das Ferrovias, o primeiro grande projeto de mudança do setor desde o início das privatizações da Rede Ferroviária Federal, em 1995.

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