Emprego industrial cresceu 0,4% em março, diz IBGE

O nível de emprego na indústria melhorou em março na comparação com fevereiro, mas permanece em queda se a base de comparação for o mesmo mês do ano passado, no acumulado do ano e em 12 meses. Dados de pesquisa divulgada ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que o emprego industrial cresceu 0,4% em março. Este foi o terceiro resultado positivo consecutivo, quando a base de comparação é o mês imediatamente anterior.

As taxas de emprego, no entanto, seguem em queda no acumulado do ano – recuo de 0,7% – e dos últimos 12 meses: -1%. Em relação a março do ano passado, a queda no nível do emprego industrial foi de 0,1%. Segundo o IBGE, nesse tipo de comparação, oito dos 14 locais pesquisados tiveram resultados negativos.

E o maior peso veio das indústrias de São Paulo, que reduziram em 0,7% o número de vagas. Os setores mais afetados foram o de vestuário, em que o nível de emprego caiu 23,6%, e papel e gráfica, com recuo de 10,9%.

No Rio de Janeiro, o nível de emprego se reduziu em 3,9% e, no Rio Grande do Sul, em 1,4%. Nos dois estados, a pressão negativa também veio do setor de vestuário, que caiu 19,1%, além do de calçados e couro, que teve queda de 8,1%.

Demissões

No acumulado no ano, o número de demissões foi maior que o de admissões em nove locais pesquisados. No entanto, vale ressaltar que este indicador apresentou ligeira desaceleração no ritmo de queda, uma vez que no primeiro bimestre o resultado havia sido de recuo de 1,1%.

São Paulo, com recuo de 1,4%, teve a principal contribuição negativa, enquanto Minas Gerais, com alta de 3,2%, teve o maior impacto positivo.

Entre os setores, nove ramos reduziram o total de empregados, com destaque para vestuário, com queda de 11,6%. Já as maiores pressões positivas foram do segmento de máquinas e equipamentos, com aumento de 10,5% na oferta de trabalho.

Melhora

Entre os estados que tiveram melhora na taxa de emprego, destaca-se Minas Gerais, que teve alta de 3,2%. Nas regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste a melhora foi de 1,7%. Os setores de alimentos e bebidas foram responsáveis pelo aumento no nível de trabalho.

Segundo o IBGE, houve também desaceleração no ritmo de queda do nível de emprego na análise trimestral em relação ao último trimestre do ano passado. A taxa saiu de queda de 1,9% para recuo de 0,7%.

Esse movimento, de acordo com a pesquisa, atingiu nove dos 14 locais pesquisados, sendo mais relevante em Minas Gerais, onde a taxa passou de queda de 0,3% para alta de 3,2%, e em Pernambuco, que saiu de recuo de 1,9% para alta de 1,4%.

Entre os setores pesquisados, 12 ramos tiveram aumento na oferta de emprego na passagem do último trimestre de 2003 para o primeiro trimestre de 2004, com destaque para o segmento de máquinas e equipamentos, cuja taxa subiu de 3,4% para 10,5%.

PR gerou 57 mil novas vagas

O Paraná gerou de janeiro a abril deste ano 57.373 novos empregos formais, segundo dados obtidos nesta terça-feira (18) pelo Ipardes junto ao Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. O resultado foi 49% maior que o obtido no mesmo quadrimestre do ano passado, quando foram registrados 38.603 empregos com carteira assinada em todo o Estado.

Só em abril, foram verificadas 22.450 novas ocupações formais no Paraná, ou 30% a mais do que no mesmo mês de 2003, quando foram registradas 17.277 novas admissões. O resultado de abril mostra também que o Paraná gerou 58% de todos os novos empregos registrados na região Sul do País. Além de melhor resultado da região, o Paraná ficou entre os três estados líderes no País.

Para o governador Roberto Requião, os dados do Caged apontam que o Paraná vem trilhando o caminho correto. “Significa que estamos gerando uma média de 14 mil novos empregos formais a cada mês”, comemora. “Isso dá uma média de quase 500 empregos ao dia, ou perto de 700 novas ocupações a cada dia útil.”

O governador credita os novos postos de trabalho principalmente à política de benefícios fiscais destinados às pequenas e microempresas, que troca ICMS por emprego. Requião lembra ainda que outras medidas como o Bom Emprego, programa de atração de indústrias com postergação no pagamento de imposto, também tem ajudado o Paraná.

Interior oferece mais oportunidades

O interior do País continua empregando mais do que as grandes cidades, segundo revelou o ministro do Trabalho e Emprego, Ricardo Berzoini, ao divulgar os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Em abril desde ano, nove estados, juntos, criaram 159.519 empregos, dos quais 110.723 no interior.

Berzoini explicou o fenômeno com o fato de as grandes cidades estarem enfrentando o esgotamento das condições de logística, transporte e mesmo qualidade de vida. Segundo ele, muitas empresas buscam implantar novas unidades em cidades próximas a entroncamentos rodoviários, porque reduzem os custos de produção, sem inviabilizar o acesso aos consumidores.

Seguindo essa tendência, o Caged revelou que os estados onde é mais acentuado o fenômeno são Paraná e São Paulo, onde o interior emprega três vezes mais do que os grandes centros. A única exceção é Pernambuco, onde a criação de postos de trabalho caiu 3,3%. O ministro explicou que essa queda se deve principalmente à entressafra da cana-de-açúcar, principal empregador da região.

Além das facilidades na implantação de empresas, o agronegócio também está atraindo um maior número de pessoas para o interior. Berzoini disse que o crescimento da atividade agrícola em uma região acarreta a migração de profissionais e desenvolve também outros setores, como o comércio e o setor imobiliário. “Com o fortalecimento da atividade agrícola se cria toda uma onda de estrutura de serviços de outras atividades de negócio atrás desse crescimento, porque o setor gera muito emprego e muita renda”, afirmou.

Berzoini informou também que está negociando com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) e com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para que nas suas pesquisas sejam incorporadas regiões dos chamados pólos industrias, do comércio e agrícolas. O objetivo é que as pesquisas desses institutos possam demonstrar o fenômeno de crescimento de emprego no interior.

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