Emprego formal avança e bate recorde

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Comércio abriu mais de 5 mil
vagas em novembro.

O número de empregos com carteira assinada cresceu 0,32% no Paraná no mês de novembro, melhor resultado desde 1990. Esse foi apenas o 17.º melhor índice dos 27 Estados da Federação, mesmo assim ficou ligeiramente acima da média nacional de crescimento que foi de 0,31%, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese). O estudo do Dieese, divulgado ontem, apontou que foram geradas 5.575 novas vagas no Estado no mês passado. Dessas, 1.345 foram no interior e 4.230 na Região Metropolitana de Curitiba (RMC).

Em novembro, a maior quantidade de vagas geradas foi no comércio varejista. Esse setor foi responsável, ao todo, por 5.074 vagas. A região Sul do Brasil foi a que mais gerou empregos em novembro, 32.016, uma variação positiva de 0,66%. Entretanto, o Paraná foi o Estado do Sul que menos criou vagas.

O economista do Dieese, Sandro Silva, explicou que normalmente novembro é um mês com saldo de empregos negativos, principalmente devido à entresafra e seu reflexo na indústria alimentícia. "Nos dois últimos anos os empregos aumentaram em novembro, principalmente devido aos sinais do crescimento da economia, que vêm se manifestando nos últimos quatorze meses", explicou. Os empregos temporários passaram a ser gerados mais em novembro. "Antes era em setembro, pois o funcionário precisava de treinamento. Hoje, como o contratado temporário é o mesmo do ano passado, essas contratações só acontecem em novembro. O que injeta menos dinheiro na economia, já que o período de trabalho é menor", explicou.

O trabalho do Dieese também mostra a evolução do emprego em 2004 e no acumulado dos últimos doze meses. Este ano já foram criadas 153.965 vagas no Paraná, um saldo positivo de 9,72%. Delas, 70,23% foram geradas no interior. "Mesmo se acontecer um fenômeno como ano passado, quando em dezembro foram perdidas 30% das vagas criadas durante o ano, o que não acredito que aconteça, o Estado vai fechar o ano com saldo positivo", salientou Silva. No acumulado dos últimos doze meses o Paraná tem um saldo de 122.785 empregos gerados, ou seja, 7,61% a mais, superando inclusive o índice nacional de geração de emprego, que foi de 6,7%.

Segundo o Dieese, em 2004 todos os setores da economia registraram crescimento no número de vagas geradas. Destaca-se a indústria e os serviços.

Erro

Segundo os economistas Sandro Silva e Cid Cordeiro, do Dieese, o governo do Estado comete um erro ao divulgar que desde janeiro de 2003 foram geradas 700 mil ocupações (empregos formais e informais) no Paraná. Conforme os economistas, isso seria zerar o número de desempregados e exigir que o Estado importasse mão-de-obra de outros estados. Segundo Cordeiro, o cálculo do governo erra no momento em que cria uma relação direta de crescimento entre as vagas com e sem carteira assinada. "Quando aumentam os empregos com carteira assinada, não necessariamente os informais também crescem. Eles acabam até diminuindo", revelou.

Dados do Dieese apontam que entre 1995 e 2003 foram criadas 646 mil ocupações no Paraná. Menos do que a atual administração aponta como criadas em dois anos. Para o Dieese, o número de empregos formais gerados nesses dois anos é 216.335. "O governo se equivoca ao fazer o cálculo tomando como base o estoque (empregos já existentes) e não o fluxo (empregos que estão sendo gerados). Por isso, pode acabar errando nas políticas públicas", afirmou Cordeiro, destacando que superdimensão da criação de empregos também aconteceu na administração Jaime Lerner.

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