Emprego com carteira cresceu 0,55% no Paraná

O nível de emprego formal no Paraná registrou alta de 0,55% em agosto. O índice é superior à média nacional (0,35%) e corresponde à geração de 8.698 postos de trabalho, a maioria deles (83,5%) no interior e o restante em Curitiba e Região Metropolitana. O número estimado de trabalhadores com carteira assinada no Estado é de aproximadamente 1,578 milhão. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, e foram divulgados ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, regional Paraná (Dieese-PR).

No acumulado do ano – janeiro a agosto – foram criados 72.217 empregos no Paraná: crescimento de 4,8% em relação ao mesmo período do ano passado. O bom desempenho se deve sobretudo à boa atuação do interior, que registrou alta de 7,4%, com geração de 65.413 empregos. Já a RMC gerou 6.804 postos de trabalho.

“A gente tem que esperar melhores resultados para ver se o crescimento (do nível de emprego) é sustentável ou não”, afirmou o supervisor técnico do Dieese-PR, economista Cid Cordeiro. Os setores que puxaram o nível de emprego no ano foram a agricultura e silvicutura (17.997 vagas), produtos alimentares de bebidas (12.938), comércio varejista (11.157) e ensino (5.942). O bom desempenho especialmente do setor agricultura e silvicutura se deve às exportações, explicou o economista Sandro Silva, do Dieese. Já os setores que apresentaram queda foram o de construção civil (-1.778), materiais elétricos e comunicação (-1.350), administração pública (-489) e borracha, fumo e couros (-339).

Desemprego

Apesar do crescimento do emprego formal, a desaceleração da economia verificada no ano de 2002 e o baixo nível de atividade econômica no início de 2003 indicam o crescimento de desemprego em todo o país. O Censo 2000 divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou a existência de 550 mil desempregados no Paraná, mas a estimativa do Dieese-PR é que esse número tenha aumentado em função do fraco desempenho da economia. Conforme estimativa do instituto, a taxa de desemprego na RMC é de 17,5%, o que corresponde a quase 235 mil desempregados. “Para uma população de 628 mil trabalhadores com carteira assinada na Região Metropolitana, um crescimento de 0,23% (em agosto) é muito baixo”, avaliou Cid Cordeiro.

Agronegócio puxa indústria

O bom desempenho da indústria paranaense em 2003 se deve à agroindústria. A afirmação é do economista do Dieese-PR, Cid Cordeiro. Segundo dados divulgados ontem, dos 20.713 postos de trabalhos abertos de janeiro a julho de 2003 na indústria de transformação paranaense, 15.062 foram na área de agroindústria, o que corresponde ao índice de 72%. No ano passado, foram criados no mesmo período 24 mil vagas na indústria paranaense, sendo 13.464 na agroindústria (55,8%). A produção industrial também cresceu no período: 3,46% na comparação com os sete primeiros meses de 2002 e 5,05% nos últimos 12 meses. Já a produção de julho apresentou aumento de 12,2% sobre junho.

Segundo Cordeiro, o bom desempenho da agroindústria se deve sobretudo às exportações. Apesar da queda de julho em relação ao mês anterior (7,41%), o acumulado do ano apresenta alta de 37,96% e os últimos 12 meses, alta de 33,82%. “Está havendo uma desaceleração no aumento de exportações, em função da valorização do real”, aponta Cid.

No acumulado do ano (janeiro a julho), a produção industrial apresentou aumento de 3,46% em relação ao mesmo período de 2002. Os setores que puxaram a produção foram a indústria da borracha (41,01%), indústria de material elétrico e de comunicação (30,69%), indústria de couros e peles (21,86%) e indústria mecânica (17,25%). Por outro lado tiveram queda a produção da indústria de produtos de materiais plásticos (-17,36%), de perfumaria, sabões e velas (-11,62%), de fumo (-7,34%), têxtil (-5,99%) e papel e papelão (-3,52%).

Salários

Os salários na indústria paranaense não vêm acompanhando as altas registradas no setor. Segundo Cid Cordeiro, o salário na indústria paranaense sofreu queda real de 8,53% de janeiro a julho deste ano em relação a 2002 – índice superior ao do Brasil, que foi de -5,49%. Já o acumulado de 12 meses é de 4,68% (PR) contra -4,31% (Brasil). De acordo com o economista, a queda se deve ao fato de que a data-base na maior parte das indústrias do Paraná é no segundo semestre, alem da aceleração acentuada da inflação.

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