O Conselho Monetário Nacional (CMN) alterou as regras para as emissões de depósitos a Prazo com Garantia Espacial (DPGE), instrumento pelo qual os bancos lançam títulos com garantia de até R$ 20 milhões do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), fundo que permite a segurança do sistema financeiro. A venda desses títulos precisará obedecer a novas regras que, segundo o Banco Central (BC), aumentarão a segurança do sistema financeiro e permitirão a redução dos juros aos clientes.

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Pelas normas atuais, os bancos vendem DPGE, mas pagam ao FGC comissão de 1% ao ano sobre o valor vendido. Agora, os bancos pagarão ao fundo 0,3% ao ano, mas também oferecerão como garantia ao FGC parte da carteira de crédito – financiamentos e demais operações de crédito.

Por exemplo, o banco que vendia R$ 1 milhão em títulos do tipo DPGE pagava R$ 10 mil ao FGC. Com as novas regras, a instituição financeira pagará apenas R$ 3 mil e oferecerá operações de crédito como garantia ao FGC. O próprio fundo, que é uma entidade privada criada pelos bancos, analisará a qualidade dos créditos oferecidos como garantia. O CMN também tornou permanente a emissão de DPGE. Originalmente, esse mecanismo acabaria em janeiro de 2016.

Agora, os bancos poderão trocar DPGE antigos por novos. A partir do momento em que começarem a emitir os títulos conforme as novas regras, não poderão mais lançar DPGE pelos critérios antigos. As instituições poderão emitir DPGE antigo até o fim de 2015, quando esse instrumento perderá a validade.

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Criado em 1995, o FGC cobre depósitos de até R$ 70 mil. Em caso de quebra ou intervenção da instituição financeira, o cliente tem garantido de que receberá de volta esse valor. Em 2009, o CMN criou os DPGE. Por meio desse mecanismo, os bancos vendem títulos com garantia ampliada, de até R$ 20 milhões, em caso de quebra ou liquidação do banco. O instrumento facilita a captação de recursos pelas instituições financeiras.

Segundo o consultor Maurício Moura, da Diretoria de Organização do Sistema Financeiro do BC, o novo DPGE amplia a segurança de todo o sistema financeiro e reduz os custos de captação de recursos pelas instituições. As novas regras, ressaltou, poderão resultar na diminuição dos juros cobrados aos clientes.

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“Como os novos DPGE terão custo menor de captação, as instituições poderão reduzir o spread bancário [diferença entre as taxas de captação e as cobradas dos clientes]. Ao mesmo tempo, elevamos a segurança do sistema financeiro como um todo”, destacou.

Os DPGE emitidos pelas novas regras, explicou o consultor do BC, não mudarão nada para os investidores, que continuarão a comprar títulos com garantia de até R$ 20 milhões em caso de quebra ou liquidação da instituição financeira. “Os bancos pagarão [ao FGC] uma comissão menor, e o FGC receberá mais garantias [das instituições financeiras], mas, para o aplicador, nada mudará”, declarou.