Em Davos, Meirelles diz que volatilidade pode continuar

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse neste sábado (26) que a volatilidade nos mercados financeiros internacionais pode continuar até que fique totalmente clara a extensão da crise nos setor imobiliário dos Estados Unidos e seus reflexos sobre as instituições financeiras. ?A volatilidade pode permanecer?, disse Meirelles. ?Ela pode diminuir, depois voltar um pouco, pois ainda estamos num processo de precificação de ativos e em função disso podem surgir dados novos.? Segundo Meirelles, ?ainda vai demandar um certo tempo? para que o ajuste que está ocorrendo no setor imobiliário dos Estados Unidos ?atinja seu pico?.

Ele presidiu neste sábado, durante o Fórum Econômico Mundial, um debate sobre ?crises sistêmicas?, que contou com a participação do presidente do Banco Central Europeu, Jean-Clauder Trichet, representantes do Federal Reserve, do Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial (Bird), Banco de Compensações Internacionais (BIS), além de integrantes do setor privado.

Em entrevista a jornalistas, Meirelles defendeu a adoção de medidas regulatórias mais rigorosas para diminuir os riscos sistema financeiro internacional. Segundo ele, o acordo da Basiléia 2, ainda em implementação em vários países, talvez precise ser reforçado diante dos eventos recentes.

Ele salientou que nos países que estão sofrendo mais intensamente os efeitos da atual crise no setor de crédito há a necessidade de se implementar medidas de curto, médio e longo prazo para diminuir o risco no sistema financeiro. Como exemplo de eventuais mudanças, ele citou as regras de alocações de capital para operações de crédito das instituições financeiras.

No caso brasileiro, ele reiterou que os problemas oriundos da crise no setor imobiliários dos Estados Unidos são muito pequenos. ?Não temos problemas no curto prazo, mas pensamos em medidas de impacto nos médio e longo prazos?, afirmou. ?Estamos no BC certamente estudando maneiras de melhorar as regras prudenciais de forma que não só tenhamos problemas agora, como não venhamos ter problemas nos próximos anos. Estamos olhando todas essas questões para ver claramente o que pode ser útil para o Brasil.

Voltar ao topo