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Eliziane questiona Guedes sobre aposentadoria rural e BPC

A senadora Eliziane Gama (PPS-MA) questionou nesta quarta-feira, 27, o ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre a proposta de reforma da Previdência rural e sobre as mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC).

“A proposta não me parece justa. Teremos novamente idosos em situação de mendicância no Brasil. O impacto, a economia com a mudança da aposentadoria rural e do BPC na reforma é pequeno, mas enorme na vida das pessoas”, afirmou, em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

A senadora também criticou a proposta de reestruturação da carreira dos militares e pontuou que outras categorias não receberam o mesmo tratamento. “O senhor deixará o ministério se a reforma da Previdência não for aprovada?”, perguntou a Guedes.

Eliziane aproveitou para defender ainda que a perda acumulada de Estados com a Lei Kandir chega R$ 540 bilhões, e pediu a Guedes uma proposta para esses repasses atrasados. Ela também pediu novos critérios para o aval do Tesouro a empréstimos dos Estados.

Tasso Jereissati

O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) disse estar preocupado com “certa disposição” do governo Jair Bolsonaro de criar oposição que não existe à reforma da Previdência. Em audiência com a participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, ele ainda disse que é equivocado dizer que a oposição “quer isso ou aquilo” em relação à proposta. “O maior opositor à reforma (no Senado) é membro do partido do presidente da República”, alfinetou.

Jereissati ainda provocou Guedes, que em sua fala inicial disse que o governo Fernando Henrique Cardoso não deu muita importância à reforma. “Derrotas aconteceram no Parlamento, acontecem agora e acontecerão sempre”, alfinetou o senador, um dia depois de o governo sofrer um revés na Câmara dos Deputados, que aprovou mudança constitucional que engessa ainda mais o Orçamento – na direção contrária da intenção de Guedes.

O tucano ainda provocou Guedes e pediu explicações sobre o “governo de esquerda” de FHC, que tinha em sua equipe Pedro Malan, André Lara Resende e Gustavo Franco. Em meio ao burburinho, alguém chegou a brincar que Franco, que durante anos pertenceu aos quadros do PSDB e hoje é filiado ao Novo, representava uma “esquerda vibrante”.

Guedes devolveu dizendo que se tratava da “social democracia, não da liberal democracia”.

Jereissati rebateu o ministro também na proposta do Pacto Federativo, que Guedes acredita ser viável começar a tramitar pelo Senado Federal. “Não é momento de essa discussão entrar aqui. Temos que estar focados na reforma da Previdência. Se fizermos isso sem entrar em questões irrelevantes, conseguiremos”, afirmou.

“Pelo menos no Senado Federal, não me lembro de uma época em que houve boa vontade tão grande em relação à reforma da Previdência, e é suprapartidário. Não existe oposição organizada tentando impedir a reforma, pelo contrário, é consenso, há discordâncias pontuais”, disse o tucano.

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