Os duzentos eletricitários da subestação de Furnas em Foz do Iguaçu continuam em greve, apesar do comunicado divulgado ontem pela diretoria da empresa, determinando a suspensão das negociações que vinham sendo mantidas com os funcionários. A paralisação iniciada na última quinta-feira foi mantida mesmo com a ameaça de instauração de dissídio coletivo e aplicação das sanções previstas em lei, caso não haja o retorno ao trabalho a partir da zero hora de hoje.

Segundo a Eletrobrás, foi apresentando aos empregados proposta de acordo nacional das cláusulas de conteúdo econômico. Esse acordo foi aprovado por todas as entidades, menos algumas áreas de Furnas (escritório central, Brasília, Campinas e Foz do Iguaçu), que permanecem em greve. A categoria reivindicava reajuste salarial de 9,68% mais uma remuneração relativa à perda de massa salarial nos últimos doze meses. A proposta da Eletrobrás foi reposição de 6% mais abono de uma remuneração.

“Faremos uma assembléia amanhã (hoje) de manhã para analisar o resultado da negociação de hoje (ontem) no Rio de Janeiro, na sede da empresa”, informou o presidente do Sinef (Sindicato dos Eletricitários de Foz do Iguaçu), Assis Paulo Sepp. “Furnas coloca a volta ao trabalho como condição para reabertura da negociação, mas vamos insistir na negociação parados, para garantir melhores condições de trabalho”, frisou.

Na reunião de ontem, foram tratados assuntos relativos à convenção coletiva de trabalho, como gratificação de férias, assistência médica, vale-alimentação, pagamento de compensação de horas extras e adicionais noturnos. “Não vemos grandes dificuldades para a renovação, já que queremos a manutenção da maioria dos itens”, destacou Sepp. Também foi abordada a PLR (Participação nos Lucros e Resultados). “O acordo assinado com Furnas no ano passado foi rompido por imposição do governo federal e a PLR não foi distribuída. Querem refazer a redação do acordo, o que nos prejudica nos próximos anos”, alega o presidente do Sinef.

Durante a greve, a subestação de Furnas está sendo mantida com quatro operadores em turnos de doze horas, quando o normal é trocar a equipe a cada seis horas. Não há pessoal de apoio nem equipes de manutenção atuando durante a paralisação. A subestação de Foz é responsável pela transmissão de 25% da energia elétrica brasileira, abastecendo as regiões Sudeste e Sul.

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