Elétricas dizem temer novo apagão

A paralisação nas obras do setor de energia pode levar o país a uma nova crise em 2006 ? quando termina o mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ? ou 2007. Essa é a avaliação de 77% dos 150 executivos da área ouvidos em uma pesquisa da Abdib (Associação Brasileira de Infra-estrutura e das Indústrias de Base).

Anteontem, a ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, também havia alertado para o risco de novo apagão, mas apenas a partir de 2007, quando o primeiro mandato de Lula já estaria encerrado.

“As decisões tomadas em 2003 é que vão definir esse risco de falta de energia”, disse o presidente da Abdib, José Augusto Marques, ao se referir ao tempo de construção de novas usinas.

Segundo o levantamento, apenas 5% dos executivos não acreditam em uma possível crise. Os outros 8%, mais pessimistas, vêem a possibilidade de um “apagão” no setor ainda nos próximos dois anos.

Marques lembrou que existem hoje 7.000 MW em obras licitadas, mas que estão paradas por problemas ambientais e de financiamento, o equivalente a cerca de 10% do parque gerador atual.

Segundo ele, se a economia crescer em um ritmo de 3% ao ano a partir de 2004 – valor inferior ao previsto pelo governo no PPA (Plano Plurianual) – a reserva de energia que existe hoje se esgotará em 2007.

A avaliação dos executivos é a mesma do governo federal. A ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, afirmou que será preciso colocar todos os projetos que estão parados em andamento para evitar uma crise a partir de 2007 ou 2008.

O presidente da Eletrobrás, Luiz Pinguelli Rosa, também confirmou o diagnóstico. “Se o ritmo de crescimento for o que o presidente Lula deseja, pode até haver risco [de falta de energia] antes”, disse o presidente da estatal.

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