Economistas antecipam efeito nulo da Copa no consumo

Economistas e consultores que participaram nesta quarta-feira, 11, da divulgação do Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) de maio acreditam que a Copa do Mundo pode terminar tendo um efeito nulo para as vendas no varejo. Durante teleconferência com jornalistas, o gerente da área de Inteligência da Cielo, Gabriel Mariotto, considerou que os dados permitem manter expectativa de que a Copa pode ter impacto neutro ou levemente negativo.

Mariana Oliveira, economista da Tendências Consultoria, apresentou um cálculo que indica que gastos adicionais de turistas na Copa do Mundo devem gerar movimentação de R$ 8,6 bilhões na economia. Apesar disso, ela ponderou que esse impacto positivo se concentra em áreas como restaurantes e comércio de bebidas enquanto outros segmentos do varejo devem sofrer desaceleração contundente. Adriano Pitoli, também da Tendências, considerou que “não é possível ter um olhar otimista” sobre a evolução do consumo ao longo do ano.

Marcos Gouvêa de Souza, da consultoria GS&MD, acrescentou que as vendas de TVs para a Copa “não estão acontecendo da forma como se previa”. Na avaliação dele, o varejo se estocou muito e tem havido uma “guerra de preços”. “As vendas que estão sendo realizadas trazem um valor menor do que o que se esperava”, concluiu.

Os índices atuais de confiança do consumidor foram citados como ponto de preocupação. Para Mariana, este é um dos fatores que tende a continuar limitando o crescimento do varejo no ano. Gouvêa de Souza ainda considerou que o atual cenário de insegurança nas proximidades das eleições tende a agravar o cenário. “Ainda que renda e emprego se mantenham, a confiança do consumidor se mostra abalada, o que poderia perdurar ao longo do segundo semestre”, concluiu.

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