Economia solidária pode salvar fábrica

Fechada desde agosto de 2002, a Cooperamidos, uma cooperativa composta por trabalhadores da falida Agroindustrial Santa Helena, de Santa Helena, no Oeste do Estado, pode voltar a funcionar ainda este ano. Isso será possível graças a um financiamento de R$ 1,5 milhão a ser liberado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), através do BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul).

A articulação para que a fábrica de farinha de mandioca volte a produzir é da Secretaria do Trabalho, Emprego e Promoção Social (SETP), em sua área de atuação dentro do programa de Economia Solidária. “É papel do Estado contribuir para a formação de empreendimentos autogeridos, por meio da reabilitação de empresas em crises ou falidas, assumidas por ex-empregados, tornados cooperados”, defende o secretário Padre Roque Zimmermann.

A Cooperamidos assumiu a produção em 1998, mas paralisou suas atividades há dois anos. Para voltar a funcionar, a fábrica de fécula está envolvendo vários segmentos da sociedade, além dos bancos e da própria Secretaria. Também estão envolvidos no projeto órgãos do governo estadual como a Emater e o Ipardes, além de Itaipu, Sebrae, Unioeste, Pronaf, CUT e MST.

“A viabilização da indústria não depende só de ligar os equipamentos, mas também da produção de matéria-prima, o que implica no convencimento dos produtores rurais da região para a plantação de mandioca. Serão envolvidas mais de 700 famílias de pequenos agricultores e assentamentos”, explica Padre Roque.

A produção da fábrica, em sua capacidade máxima, será de 500 toneladas de farinha por dia, gerando 50 empregos diretos, mas beneficiando mais de 8 mil pessoas em toda a cadeia produtiva. Hoje os co-operados são em número de 25, mas devem chegar a mais de 100 associados, englobando agricultores interessados.

Com o recurso pleiteado, a metade será para capital de giro, o maior problema enfrentado pelos trabalhadores e razão do fechamento. Sem dinheiro para comprar a raiz de mandioca, os cooperados se obrigavam a vender a farinha aos concorrentes por preços mais baixos que os de mercado, para poder fazer o pagamento aos produtores num prazo de máximo oito dias.

Outra parte dos recursos será para arrematar a maquinárias e os bens imóveis em leilão, descontando-se os créditos trabalhistas, que chegam a cobrir 50% do valor R$ 350 mil de R$ 700 mil em que foram avaliados. Já o financiamento da produção de mandioca deverá ser feito pelo Pronaf – Programa Nacional para a Agricultura Familiar.

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