O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro recuou 0,60% no segundo trimestre em relação ao primeiro deste ano, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado coloca o Brasil em recessão técnica e veio dentro do intervalo das estimativas dos analistas de 53 instituições consultados pelo AE Projeções, que esperavam desde uma queda de 1,30% até estabilidade (0,00%), com mediana negativa de 0,40%.

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Na comparação com o segundo trimestre de 2013, o PIB recuou 0,90% no segundo trimestre deste ano. O resultado ficou dentro das estimavas dos analistas de 48 casas, que previam desde queda de 1,80% até alta de 0,20%, com mediana negativa de 0,60%.

Com o dado divulgado hoje, o PIB avançou 0,5% no primeiro semestre deste ano em relação a igual período de 2013, e acumula alta de 1,4% em 12 meses até o segundo trimestre de 2014.

Recessão

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A gerente da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palisa, evitou falar em recessão técnica quando perguntada diretamente sobre o assunto. Ela também refutou uma comparação com a retração na virada de 2008 para 2009, auge da crise internacional. “As taxas são bastante diferentes. As quedas de 2008 e 2009 são bastante pronunciadas”, afirmou Rebeca, em entrevista. Após a apresentação dos dados, a gerente do IBGE reforçou que o instituto considera as variações entre -0,5% e 0,5% como estabilidade.

Além disso, as revisões estatísticas das variações do PIB na comparação com ajuste sazonal, entre um trimestre e o outro imediatamente anterior, são feitas a cada divulgação trimestral. Assim, a variação de -0,2% no primeiro trimestre de 2014 ante o último de 2013 pode passar novamente ao terreno positivo.

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“As variações muito grandes, tanto para cima quanto para baixo, são revistas, mas não mudam de sinal. As variações muito próximas do zero, como esse -0,2%, podem modificar (de sinal) no trimestre seguinte”, afirmou Rebeca.