O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse nesta terça-feira (9) que o Produto Interno Bruto (PIB) crescerá 5% este ano mesmo que o resultado da atividade econômica no último trimestre seja zero. Bernardo disse que a expansão foi freada bruscamente pela crise financeira internacional. Os efeitos mais danosos da crise sobre a economia brasileira foram percebidos a partir da segunda quinzena de setembro e já provocaram uma retração da atividade industrial no mês de outubro. Os dados do PIB do quarto trimestre de 2008 serão divulgados pelo IBGE em 2009.

continua após a publicidade

“Mesmo que não cresça nada no quarto trimestre, a economia crescerá 5% ou um pouco mais este ano”, disse Paulo Bernardo. Hoje pela manhã, ele passou os dados do PIB para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se mostrou satisfeito com o impulso da economia e discordou da avaliação de seu ministro de que o último trimestre pode ser ruim. “Você está muito pessimista Paulo Bernardo. O PIB do último trimestre não vai dar zero, não”, relatou o ministro. Segundo ele, o presidente Lula disse ter informações de vários setores da economia que ainda estão mantendo a atividade, apesar do impacto da crise na oferta de crédito e na liquidez nas linhas comerciais do País. “O PIB do quarto trimestre não vai dar zero porque o comércio está vendendo muito”, disse Lula, ainda segundo relato de Paulo Bernardo.

O ministro lamentou que os efeitos danosos da crise aconteçam justamente em “um momento de embalo da economia”. Assegurou, no entanto, que o governo vai trabalhar para criar as condições para garantir um crescimento da economia de 4% em 2009. “Não estamos falando de crescer 4% como um desejo aleatório. Essa é a meta que nos impusemos”, disse.

A expectativa de que a atividade econômica não cairá no último trimestre está sendo sustentada nas análises do governo por informações de que setores afetados pela crise financeira começam a exibir sinais de retomada dos negócios, disse Paulo Bernardo. Segundo ele, em reunião na semana passada, os dirigentes da Câmara Brasileira da Construção Civil (CBIC) garantiram que foi retomada a venda de imóveis em novembro, embora em escala menor.

continua após a publicidade

Paulo Bernardo disse que a Caixa Econômica Federal encerra o ano com a liberação de R$ 22,8 bilhões de crédito imobiliário. Todo o sistema financeiro deve somar R$ 30 bilhões em financiamentos. “É evidente que teremos uma retração. Mas é fato, também, que quem está no meio do processo não vai voltar atrás. Vai continuar em atividade”, disse ainda o ministro.