O crescimento de do Produto Interno Bruto (PIB) está dentro das expectativas do mercado. A avaliação foi feita nesta terça-feira (10) pelo economista Fernando de Holanda Filho, da Fundação Getulio Vargas.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no primeiro trimestre deste ano, o PIB cresceu 5,8%, em comparação com o mesmo período de 2007, e 0,7% em relação ao último trimestre do ano passado.
"Em 12 meses, foi um crescimento bastante elevado. A economia saiu de 4,4% no primeiro trimestre de 2007 para 5,8%", disse Holanda Filho. "Isso indica que a economia chegou ao pico em dezembro, e agora começa uma queda."
Segundo o economista, a aceleração da inflação e as medidas tomas para conter o aumento dos preços devem influenciar, a partir de agora, o ritmo de crescimento. Ele citou o impacto de elevação da taxa básica de juros (Selic), que deve pesar na divulgação dos próximos índices. "A elevação da taxa de juros deve fazer com que o acumulado nos 12 meses, em dezembro, caia para faixa dos 5%, que é o que o mercado espera", antecipou.
Holanda Filho apontou também a elevação dos investimentos no país, designados pela Formação Bruta de Capital Fixo, que registrou crescimento de 15,2% na comparação com o primeiro trimestre de 2007 e de 1,3% em relação ao último trimestre do ano passado. "É importante destacar a elevação do investimento, que passa de 15,2% para 18,3% nesse trimestre. Ou seja, a economia está crescendo e o investimento está aumentando, o que é um bom sinal."
O economista da FGV ponderou também que o crescimento de 0,3% no consumo das famílias em relação ao trimestre imediatamente anterior é igualmente um fator positivo diante das indicações de alta da inflação. "Havia previsões de que o consumo das famílias que tinha um crescimento muito elevado, de 6,6% no acumulado do último ano, chegasse a 8% se se mantivesse o ritmo, mas cresceu só 0,3%. Isso é até bom, neste momento de pressão inflacionária."