Dólar volta a fechar abaixo de R$ 3,00

Depois de voltar aos R$ 3 na última sexta-feira, o dólar começa a testar o piso de R$ 2,99. O superávit da balança comercial animou investidores. A moeda americana encerrou os negócios, ontem, em baixa de 0,23%, a R$ 2,995. Esta é a menor cotação desde o dia 5 de maio. O superávit da balança comercial de US$ 633 milhões na terceira semana de julho aumentou a pressão vendedora no mercado de câmbio. No acumulado do ano, o saldo positivo chega a US$ 16,726 bilhões. A Bovespa fechou em baixa de 1,54%, movimento financeiro de R$ 1,563 bilhão aos 22.102 pontos.

Na semana passada, o noticiário econômico local trouxe uma verdadeira onda de otimismo para o mercado brasileiro. O dólar voltou ao mesmo patamar de maio, a bolsa subiu 7,4% e o risco-Brasil voltou a ficar abaixo dos 600 pontos.

Além da recuperação do mercado de trabalho e do crescimento da produção industrial, o mercado repercutiu também a perspectiva de um aumento gradual dos juros nos EUA. Os índices de inflação ao consumidor em linha com as expectativas e a queda de 0,3% no índice de inflação no atacado afastaram o temor de um aumento agressivo da taxa de juros.

Segundo analistas, as únicas chances de minimizar o bom humor do mercado de câmbio são o teor dos discursos do presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central americano), Alan Greenspan, e um resultado contrário às expectativas na reunião do Copom.

Greenspan fará dois discursos, hoje e amanhã. A expectativa é que o presidente do Fed forneça novos dados sobre a trajetória dos juros no segundo semestre.

A perspectiva de manutenção da taxa de juros é praticamente um consenso no mercado. Analistas afirmam que novas quedas só devem ocorrer a partir de setembro.

Importadores

No começo do mês, o Banco Central divulgou uma resolução que facilita a antecipação de pagamentos de importadores. Para a diretora da AGK Corretora de Câmbio, Miriam Tavares, caso a moeda continue a ceder, os importadores vão aproveitar os benefícios para antecipar pagamentos.

“Não creio que o Banco Central volte a atuar diretamente no mercado de câmbio. Esta seria uma maneira de manter a moeda num patamar atraente para os exportadores sem ter que intervir comprando dólares”, diz.

Após a regulamentação, a resolução permitirá que empresas com dívidas em dólar possam obter descontos com seus credores se efetuarem pagamentos antes dos prazos estabelecidos.

Voltar ao topo