Economia

Dólar termina sexta-feira em R$ 4,09 e tem segunda semana seguida de alta

Após passar quase toda a sexta-feira em queda, o dólar virou e fechou o dia em leve alta, de 0,20%, cotado em R$ 4,0934. Operadores relataram que houve um fluxo de compra no final da tarde, em momento que coincidiu com a virada do Ibovespa, que passou a cair, chegando a perder os 115 mil pontos. No exterior, o dia foi de queda da moeda americana, com a redução da tensão no Oriente Médio e a divulgação do relatório de emprego da economia americana com números abaixo do esperado. A expectativa agora é pela assinatura, no próximo dia 15 em Washington, do acordo comercial fase 1 entre China e EUA. No mercado futuro, o dólar para fevereiro terminou estável, em R$ 4,0980.

Na semana, o dólar acumulou alta de 0,93%, marcando a segunda semana consecutiva de valorização. Só nos primeiros dias de janeiro, a divisa dos Estados Unidos sobe 2,03%. O real, o peso chileno e o rand da África do Sul são as divisas que mais perdem valor neste começo do ano ante o dólar. O aumento da tensão no Oriente Médio foi um dos principais fatores para pressionar as divisas de emergentes.

Nesta sexta-feira, a divulgação do relatório de emprego (payroll) dos Estados Unidos com números mais fracos que o previsto ajudou a enfraquecer o dólar de forma generalizada no mercado financeiro internacional.

O responsável pela área de câmbio da Terra Investimentos, Vanei Nagen, ressalta que o real operou em linha com outras moedas emergentes hoje, batendo mínimas quando o payroll foi divulgado, a R$ 4,06. A Casa Branca detalhou hoje novas sanções ao Irã. Ele ressalta, porém, que o mercado teve novo dia de liquidez reduzida. O volume no mercado futuro ficou na casa dos US$ 15 bilhões.

A principal expectativa para a próxima semana é a assinatura do acordo comercial fase 1 entre Estados Unidos e China. Os estrategistas de moedas do Bank of America Merrill Lynch observam que a assinatura remove importante fonte de incerteza para as moedas dos emergentes. As tensões entre as duas maiores economias do mundo foram o principal fator para enfraquecer as divisas destes países em 2019. Com o avanço das conversas, o BofA avalia que há espaço para a economia americana e mundial ganhar fôlego, o que pode beneficiar as moedas dos emergentes.

Para o real, o BofA projeta que há chance de a moeda cair abaixo de R$ 4,00 neste começo de ano e permanecer assim até o final de 2020. Para o final do primeiro trimestre, a previsão do banco americano é de dólar em R$ 3,96, caindo para R$ 3,87 ao final do primeiro semestre e a R$ 3,82 ao final do ano. Entre as razões do otimismo com o real é a expectativa do BofA de que o crescimento do Brasil vai se acelerar este ano.

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