Dólar sobe 3%, para R$ 2,092, maior taxa desde março

O dólar disparou nesta quinta-feira (16) em relação ao real, em meio à deterioração dos mercados financeiros. No mercado interbancário, o dólar comercial avançou 3% e fechou a R$ 2,092. O dólar negociado à vista no pregão viva-voz da Bolsa de Mercadorias & Futuros subiu 3,20%, para R$ 2,095. Em ambos os casos, a cotação da moeda norte-americana é a maior desde o dia 14 de março, quando valia R$ 2,097. As variações, de 3% e 3,20%, são as maiores para um único dia desde 26 de julho.

Os mercados se assustaram com o anúncio da norte-americana Countrywide Financial, a maior financiadora de hipotecas dos EUA de que foi forçada a recorrer a empréstimo emergencial de US$ 11,5 bilhões para financiar suas operações. Para piorar, os indicadores econômicas de hoje vieram muito ruins, com o número de construções de novos imóveis residenciais nos EUA caindo ao menor patamar em dez anos e o índice de atividade da regional do banco central na Filadélfia recuando para zero em agosto, de 9 2% em julho. As perdas dos mercados se equiparam à crise da bolha das companhias pontocom, no início de 2000.

Pouco antes do encerramento dos negócios no mercado de câmbio, um comentário de analistas da agência de classificação de risco Moody´s de que a Countrywide Financial tem liquidez suficiente para durar até o fim de 2008 fez o mercado de ações em Nova York reduzir as perdas. O dólar desacelerou junto. No pior momento do dia, o dólar à vista atingiu R$ 2,14 na BM&F, em alta de 5,42%.

Diante da turbulência nos mercados globais, o Banco central não fez leilão de compra de moeda pelo terceiro dia consecutivo. Em entrevista à Agência Estado, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que não vê necessidade de o Banco Central intervir no câmbio. "Mas isso quem decide é o BC. As avaliações serão feitas pelo BC no dia-a-dia", afirmou.

Para Mantega, é difícil dizer se o pico de alta do dólar foi atingido. "Não sei se foi atingido. Assim como subiu rapidamente ele pode descer. O fato é que até agora o BC não teve de agir", frisou. Ele ressaltou que o fluxo cambial no Brasil se mantém positivo, com aumento das reservas internacionais. As reservas, segundo ele, têm sido a retaguarda do Brasil no momento de turbulência atual.

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